Justiça nega pedido de prisão do principal suspeito de matar jovem no litoral de SP
A jovem de 20 anos que foi encontrada morta em Ubatuba (SP), litoral norte do estado, na sexta-feira (15), morava em Jundiaí (SP) e trabalhava com body piercing. Segundo a família, a jovem sempre foi uma pessoa querida por todos que a conheciam. O pai pede por justiça.
Sarah Picolotto dos Santos Grego estava desaparecida havia quase uma semana, após viajar para o litoral. Conforme a polícia, a jovem teria ingerido bebidas alcóolicas e se envolvido com cinco rapazes – por este motivo, a possibilidade de estupro coletivo é investigada.
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Ela também tinha um perfil nas redes sociais no qual divulgava seu trabalho com body piercing.
Perfil de trabalho da jovem de Jundiaí (SP) encontrada morta em Ubatuba (SP)
Reprodução/Instagram
Ao g1, a família de Sarah contou que, apesar da situação trágica, ela sempre será lembrada como uma pessoa de bom coração.
“Era uma menina maravilhosa, tinha seus problemas, sim, tinha seus vícios, tinha a sua forma de achar que era viver, mas era uma menina muito boa”, disse Leonardo Grego, pai de Sarah.
A polícia pediu pela prisão temporária de Alessandro Neves dos Santos, mas a 2ª Vara Criminal de Ubatuba negou. Segundo a decisão, a postura colaborativa do suspeito não representa risco à investigação e ele foi liberado. O Ministério Público informou, na segunda-feira (18), que recorreu da decisão da Justiça.
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), há duas situações para que uma pessoa que confessa um crime fique presa durante as investigações. “Ela só poderá ser detida na delegacia se ela estiver ainda em flagrante delito. Nesse caso, o delegado poderá dar voz de prisão à ela e prendê-la efetivamente. Se ela não estiver em flagrante de delito, apenas uma ordem judicial pode decretar a prisão dela”, explica o presidente da Comissão de Direito Penal da OAB de Jundiaí, Wesley Portugal.
Pelas redes sociais, o pai de Sarah, que ficou frente a frente com Alessandro na delegacia logo após o corpo da jovem ser encontrado, lamentou o caso. “Ele não sabe a dor que minha casa está passando, e nem a brutalidade que fizeram com minha filha”, publicou.
“Onde tá esse assassino agora? Será que ele vai colaborar com a Justiça mesmo? Ou será que alguém vai encobertar, fazer com que ele desapareça, suma, ou que ele vá se esconder em algum lugar e não ajude em nada a gente. A vida da minha filha não volta mais”, desabafa Leonardo à TV TEM.
A última vez que a jovem conversou com a família foi em uma ligação feita na noite de 10 de agosto, onde, segundo a família, disse que não estava bem e queria dinheiro para voltar para a casa.
“Aí o Leonardo, pai dela, falou: ‘estou mandando o Felipe buscar você aí’, e eu prontamente atendi ao pedido dele, já que eu já estava em São Paulo e aí, no meio da ligação, que ela ia passar a localização dela para a gente, que ela ia informar onde exatamente ela estava, a ligação caiu e logo na sequência já não conseguimos mais o contato com ela”, desabafa o primo, Felipe Cruz.
Relembre o caso
Sarah estava desaparecida desde sábado (9). Segundo a Polícia Civil, a jovem pode ter sido vítima de um estupro coletivo antes do assassinato.
Conforme a polícia, depois de estar com um grupo de cinco rapazes, a jovem teria ido embora com um deles. Este homem, de 24 anos, confessou à polícia ter enforcado Sarah após uma discussão e escondido o corpo dela em uma área de mata. Apesar disso, ele foi ouvido e liberado.
O caso segue em investigação. O sepultamento de Sarah aconteceu na manhã de domingo (17) no Cemitério Memorial Parque da Paz. Devido ao estado avançado de decomposição do corpo, não houve velório.
Polícia Civil investiga se Sarah Picolotto, de Jundiaí (SP), sofreu estupro coletivo antes de ser encontrada morta em Ubatuba (SP)
Reprodução
Jovem de Jundiaí (SP) foi encontrada sem vida em uma área de mata de Ubatuba (SP) após estar com cinco rapazes
Reprodução
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