Guardas de Itapira presos em operação exigiam dinheiro de traficantes para evitar prisões, aponta MP


Três guardas municipais de Itapira (SP), presos nesta segunda-feira (15), são investigados por extorsão e corrupção passiva, segundo MP.
Reprodução EPTV
Os três guardas municipais de Itapira (SP) presos na manhã desta segunda-feira (15) são investigados por exigir dinheiro de traficantes para evitar prisões em flagrante, de acordo com o Ministério Público. Confira abaixo.
As prisões aconteceram nas cidades de Itapira, Mogi Guaçu (SP) e Holambra (SP) em uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Militar.
Os suspeitos podem responder por crimes como extorsão, corrupção passiva, falso testemunho e falsa comunicação de crime. O g1 não conseguiu localizar a defesa dos guardas até a publicação desta reportagem.
A prefeitura de Itapira informou que colaborou com as investigações do MP e que já havia instaurado procedimento administrativo interno para apurar as denúncias.
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Como funcionava o esquema?
A apuração começou a partir de denúncias de duas ocorrências distintas: uma delas ocorreu no segundo semestre de 2024 e a outra no começo de 2025. Uma pessoa chegou a ser presa de forma irregular depois de se recusar a pagar a quantia exigida.
Os três agentes eram da mesma equipe. Eles chegaram a ser separados após reclamações internas, mas continuaram sendo alvos de denúncias;
As investigações apontam que os agentes cobravam dinheiro de traficantes para que não fossem presos em flagrante;
Em um dos casos que gerou as investigações; o MP aponta que um dos guardas teria pedido R$ 5 mil para não prender um traficante;
Como o valor pedido não foi pago, os guardas apresentaram a pessoa presa por tráfico na delegacia. Depois, o homem foi solto em audiência de custódia;
O próprio traficante confirma ter efetuado os pagamentos.
A partir desse caso, o MP também investiga os crimes de falso testemunho e falsa comunicação de crime.
O que diz a prefeitura?
Em nota, a prefeitura de Itapira informou que o processo de investigação contou com a total colaboração do comando da GCM, que forneceu todas as informações solicitadas e, inclusive, já havia instaurado procedimento administrativo interno para apurar as denúncias antes da atuação do MP.
A administração e a Guarda Municipal destacaram que “não compactuam com práticas criminosas ou abusivas” e que “continuarão sendo as principais interessadas em esclarecer os fatos e afastar da corporação aqueles que desonram a função pública”.
“Os atos praticados pelos três acusados não representam os valores, a conduta e o compromisso da Guarda Civil Municipal de Itapira, instituição reconhecida regionalmente por sua atuação no combate à criminalidade e na proteção da população. A corporação permanece sendo motivo de orgulho para os itapirenses e seguirá firme em sua missão de servir e proteger a comunidade”, diz a nota.
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Ministério Público
Sobre a operação
A ação mobilizou cerca de 40 policiais militares, além de cinco promotores de justiça e sete servidores do Ministério Público. Além dos três mandados de prisão temporária, foram cumpridos quatro de busca e apreensão.
O nome da operação, Olhos de Águia, faz referência à capacidade de enxergar além das aparências, observando detalhes sem perder o foco.
A escolha simboliza o objetivo de identificar e prender agentes que, apesar de atuarem sob a aparência de legalidade, utilizavam suas funções para encobrir práticas ilícitas.
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