A operação contra torcidas organizadas, deflagrada na manhã desta quinta-feira (18), revelou que criminosos utilizavam códigos em redes sociais para marcar brigas. A ação foi conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE).
Segundo o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), Álvaro Gomez, os criminosos utilizavam a sigla Pas (Pelotão de Assalto Surpresa) como um código para marcar brigas.
“As redes sociais viraram porto para fazerem a marcação dessas brigas. Às vezes havia perguntas: ‘Hoje é Paz ou Pas?’. Ou seja; ‘hoje vamos para assistir ao jogo ou é para causar confusão?’”, afirmou o delegado.
Gomez ainda citou outro código para brigas entre criminoso infiltrados nas organizadas:
“Outro código era quando perguntavam: ‘hoje é um péssimo dia para vestir tal camisa?’. Qualquer pessoa que tivesse vestindo tal camisa seria alvo de confusão, de briga”, explicou o delegado.
Ainda segundo o delegado, a apreensão de aparelhos eletrônicos será fundamental para novas investigações.
“Apreensão de celulares vai ajudar a entender várias coisas, principalmente a dinâmica dessas brigas. Acreditamos que podemos fazer até uma nova fase a partir dos dados que estão nestes celulares”, disse Gomez.
Investigados por morte de torcedor
Segundo o delegado, integrantes da Torcida Jovem Fla, suspensa dos estádios por dois anos duas semanas após voltarem aos eventos esportivos, são suspeitos de envolvimento na morte de um torcedor do Vasco.
No próximo domingo (21), haverá um clássico entre Flamengo e Vasco no Maracanã. Os últimos episódios de violência, que estão sendo investigados pela Polícia Civil, alertaram as autoridades.
“Era nossa preocupação realizar a operação ante do próximo clássico para que os ânimos estivessem arrefecidos. Já estávamos recebendo informações sobre um possível revanchismo”, disse o delegado titular da Draco.
Um torcedor da Torcida Jovem do Botafogo foi preso com uma arma municiada. A sede da TJB teve possíveis explosivos apreendidos, e o material será periciado.
O tenente coronel Guilherme, do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios, disse que o objetivo da operação não é demonizar a atuação das organizadas, e sim punir os criminosos infiltrados nas organizações. “É o CPF, não a torcida”, afirmou.