Governo de MG anuncia auditoria para investigar empresas ligadas à operação da PF contra mineração ilegal


Governo faz auditoria em licenciamento de empresas ligadas à operação Rejeito
O governo de Minas Gerais anunciou a abertura de auditoria nos processos de licenciamento ambiental de empresas investigadas pela Polícia Federal (PF) na operação deflagrada na última quarta-feira (17) contra um esquema de corrupção no setor de mineração.
O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que a administração estadual é “a mais interessada nas apurações de possíveis crimes” e que vai apoiar integralmente as investigações.
“Nós iniciamos, por ordem do governador, um processo de auditagem de todos os procedimentos de licenciamento dessas empresas, e vamos buscar uma auditoria externa. Já conversamos com o Ministério Público para que todos os licenciamentos que envolvem esse grupo econômico possam ser revistos, independentemente do momento em que eles foram feitos”, anunciou o vice-governador Mateus Simões (Novo).
A ação levou à prisão do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), diretores da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF), além de empresários e outros membros do primeiro escalão da Agência Nacional de Mineração e da Polícia Federal.
Simões também destacou que o objetivo é responsabilizar os envolvidos e resguardar o Estado.
“Estamos discutindo a adoção de outros procedimentos de auditoria nos processos em que esses profissionais que nós já demitimos atuaram de qualquer forma, para que Minas Gerais seja, inclusive, indenizada pelos prejuízos que tenham sido causados por essa quadrilha”, completou o vice-governador.
Segundo ele, a Secretaria de Meio Ambiente deu início a uma revisão interna na última semana e agora busca a contratação de uma auditoria independente.
“Estamos criando um procedimento de revisão de processos em que os envolvidos tenham atuado, para que a gente possa ter segurança do que está acontecendo. Esses procedimentos estão em andamento com acompanhamento da nossa controladoria e do Ministério Público”, afirmou.
Os dois deram as declarações em um evento da Secretaria de Estado de Saúde em Sabará, na Grande BH.
Antes, o governador já havia declarado que a Controladoria Geral do Estado já suspeitava do esquema de corrupção, disse que o órgão vinha realizando averiguações e destacou esperar uma “punição exemplar” para os envolvidos.
A Polícia Federal prendeu 15 suspeitos numa operação contra a mineração ilegal em MG
Reprodução/TV Globo
A Operação Rejeito
A operação da PF cumpriu 22 mandados de prisão temporária e 79 de busca e apreensão em Minas Gerais, além de determinar o bloqueio de bens avaliados em R$ 1,5 bilhão.
Segundo as investigações, um conglomerado com mais de 40 empresas, tendo a Minerar S/A como principal, atuava para fraudar licenciamentos ambientais mediante pagamento de propina, manipulação de processos e uso de informações privilegiadas.
Entre os alvos estão os empresários Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder do grupo, e seus sócios Helder Adriano de Freitas e João Alberto Paixão Lages.
O esquema teria possibilitado a exploração de minério em áreas tombadas e próximas a unidades de conservação, segundo a PF, com risco de desastres ambientais.
Alan Cavalcante do Nascimento, Caio Mario Seabra e João Alberto Paixão Lages – alvos da operação que mira fraude no setor de mineração
Reprodução
Até o momento, 15 dos 17 investigados com prisão preventiva decretada já foram capturados. Dois permanecem foragidos.

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