Ônibus param de rodar no Rio Sena após morte de jovem com autismo


Noite foi marcada por novos protestos no Rio Sena
Os ônibus do transporte público pararam de rodar no Rio Sena, em Salvador, após a morte do jovem Marcos Vinícius Alcântara, de 26 anos. A informação foi confirmada ao g1 nesta quarta-feira (24) pela Secretaria de Mobilidade (Semob).
O homicídio aconteceu na segunda-feira (22), durante uma ação policial. A Polícia Militar (PM) afirma que o rapaz, que tinha autismo, foi baleado durante uma troca de tiros entre facções rivais. Já os moradores do bairro acusam os militares de chegarem atirando.
Amigos, familiares e vizinhos protestaram na noite de terça (23), quando objetos chegaram a ser queimados na pista para impedir a passagem de veículos na região. Em seguida, segundo a Semob, seis linhas de ônibus tiveram itinerários ajustados.
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Os coletivos passaram a fazer final de linha na localidade conhecida como Largo do Luso, e, até a última atualização desta reportagem, ainda não havia previsão para retomada do atendimento. As linhas são:
0237 – Ribeira x Alto da Terezinha
1627 – Lapa x Alto da Terezinha
1655 – Est. Pirajá x Rio Sena/ Alto da Terezinha
1674-02 – Alto da Terezinha x BRT Hiper
1655-01 – Alto da Terezinha x Estação Pirajá (via Pajussara)
1628 – Lapa x Rio Sena
Jovem com autismo foi morto durante troca de tiros em Salvador
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O corpo de Marcos Vinícius foi sepultado na tarde desta quarta, no Cemitério Vale da Saudade, em Candeias, Região Metropolitana de Salvador (RMS). A cerimônia reuniu dezenas de pessoas, que se deslocaram em ônibus e vans.
Em entrevista à TV Bahia, uma vizinha e amiga do jovem lamentou o ocorrido. “Vinicius não é o primeiro e nem o último a cair na estatística. E eu pergunto: vai ficar assim? A gente quer justiça. Ele não merecia morrer da forma como morreu. Ele era um menino doce e alegre”, disse Fernanda.
Relembre o caso
Marcos Vinícius era bastante querido pela comunidade e frequentemente aparecia em vídeos gravados pelos moradores do bairro. Segundo Maria do Carmo, mãe da vítima, o jovem usava um cordão de identificação de autismo, que desapareceu após a morte dele.
“Meu filho era um menino brincalhão, era amigo de todo mundo e estava com o cordão dele no pescoço”, contou Maria do Carmo.
Ainda não há detalhes sobre as circunstâncias do assassinato, mas a mãe de Marcos Vinícius acredita que ele tenha se assustado com o barulho dos tiros, corrido e sido baleado em seguida.
Um dos moradores, que não quis se identificar, contou que avisou aos policiais que o jovem era “especial” durante a ação, mas que ouviu como resposta: “agora eu sou adivinha?”.
Marcos Vinícius foi socorrido por equipes da Companhia de Policiamento Tático (Rondesp) e levado para o Hospital do Subúrbio, onde o óbito foi constatado. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.
Grupo protestou contra a morte de jovem com autismo em Salvador
Reprodução/TV Bahia
O que diz a PM e a SSP-BA
Em nota, a PM afirmou que o jovem foi baleado durante uma troca de tiros entre facções rivais e que os agentes acionados já o encontraram ferido. (Veja a íntegra do posicionamento no final da reportagem)
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) se solidarizou com os familiares, amigos e vizinhos do jovem e informou que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da ocorrência. O órgão afirmou ainda que possíveis imagens de câmeras, depoimentos de testemunhas e laudos periciais serão utilizados para elucidar o caso.
Leia nota da PM na íntegra:
“Policiais da Rondesp BTS, ao atenderem a uma ocorrência de troca de tiros entre grupos criminosos, na tarde de segunda-feira (22), na rua da Bomba, bairro Rio Sena, em Salvador, foram recebidos a disparos e, durante a incursão, localizaram Marcus Vinícius Alcântara, de 26 anos, ferido.
A vítima foi imediatamente socorrida ao Hospital do Subúrbio, mas, apesar do pronto atendimento médico, não resistiu.
A Polícia Militar da Bahia lamenta profundamente o falecimento de Marcus Vinicius e se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor.
O caso é acompanhado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que instaurou investigação para apurar o fato.
A instituição segue firme no seu dever constitucional de proteger vidas e garantir a segurança pública, atuando com respeito aos direitos humanos”.
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Reprodução/TV Bahia
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Reprodução/TV Bahia
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