Ex-desembargador presta queixa contra entregador e PM após confusão com armas empunhadas e gritaria no Recife


Delegacia do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife
Reprodução/Google Street View
O desembargador aposentado Bartolomeu Bueno registrou um boletim de ocorrência contra o policial militar Flávio Almeida de Lima e o entregador de aplicativo Miqueias Santos de Moraes depois da confusão com armas empunhadas e gritaria por vaga de estacionamento próximo a um espetinho no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife.
O desentendimento aconteceu na Rua Benfica, na noite do dia 17 de setembro. O g1 teve acesso ao boletim de ocorrência registrado pelo ex-desembargador, que denunciou o PM por ameaça, abuso de poder e desacato. Ele também prestou queixa contra o sargento e o motociclista por denunciação caluniosa.
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A confusão já havia resultado no registro de um primeiro boletim de ocorrência, por parte dos policiais militares, que denunciaram o ex-magistrado por ameaça e desacato à autoridade.
O boletim de ocorrência aberto pelo ex-desembargador foi registrado na segunda-feira (22), na Delegacia do Cordeiro, na Zona Oeste da cidade. Segundo o documento, ele negou a versão do motociclista, que disse que o magistrado chegou em seu carro com um revólver calibre 38 e apontou a arma em sua direção, ordenando que o entregador saísse do caminho.
De acordo com o B.O., o magistrado contou em depoimento que foi ao local retirar um pedido de dois quilos de carne de sol. Ele disse que, ao estacionar para aguardar a encomenda, viu o motociclista ocupando o espaço de quase dois carros.
Segundo o relato que consta no boletim de ocorrência, quando ele pediu para retirar o veículo e estacionar o carro, o entregador de aplicativo desceu da moto e foi até o carro do ex-desembargador, que sacou a arma por medo de sofrer uma agressão.
“Com receio de ser agredido porque não sabia se o mesmo [o motociclista] estava armado, tirou a sua arma de fogo, que estava dentro da bolsa, abriu a porta do veículo, botou a cabeça para fora e disse ‘que estava apenas pedindo para que o motoqueiro retirasse a moto para estacionar’. Em nenhum momento tendo mostrado a suar ama ao referido motoqueiro”, diz o relato no boletim.
Ex-desembargador negou ter empunhado arma
Ainda segundo o BO do magistrado, após o pedido, o motociclista retirou o veículo. Poucos minutos depois, chegou uma viatura do 13º Batalhão com o sargento Flávio Almeida de Lima, que questionou se o magistrado estava armado.
“A vítima [Bartolomeu] respondeu que estava com o revólver na cintura. Que a vítima esclareceu que era autoridade, porquanto desembargador do TJPE, e que podia portar uma arma em defesa pessoal. Ele perguntou se o mesmo poderia se identificar. Prontamente, a vítima respondeu que sim e entregou a sua carteira de desembargador e o registro de sua arma”, diz outro trecho do BO.
O desembargador disse também no boletim que o sargento o deteve, “alegando que o mesmo não poderia sair até resolver a ocorrência”, e que ele foi impedido de sair do local quando entrou no seu veículo.
O magistrado disse que, ao descer do carro, o sargento estava com uma arma de fogo apontada para ele e pediu que entregasse seu revólver.
“O sargento continuou com a arma de fogo apontada para a vítima, ordenando que o mesmo entregasse a sua arma. Então, a vítima, coagida, pegou sua arma com a mão esquerda, estendeu o braço lateralmente e colocou a arma na palma da mão dizendo que o sargento poderia pegar a arma de fogo. O sargento ordenou que a vítima jogasse a arma de fogo no chão e a vítima declarou que no chão não jogaria, tendo jogado a sua arma no banco do seu veículo. Foi quando outro soldado veio, pelas costas da vítima, e se apossou da sua arma de fogo”, conta o documento.
De acordo com o B.O., outra viatura chegou ao local nesse momento de pedido de entrega da arma e um tenente Ximenes perguntou o que estava havendo.
Bartolomeu afirmou que explicou a situação e o agente devolveu a arma de fogo para o desembargador aposentado, perguntando se ele teria alguma reclamação a fazer. “A vitima afirmou que não iria reclamar nada e que apenas queria ir para sua casa”, diz o relato.
Procurada a Polícia Civil informou que “as investigações seguem em andamento”. Além do procedimento na Polícia Judiciária, o comando do 13º BPM também instaurou uma investigação preliminar para apurar todos os fatos.
▶️ Saiba, no vídeo abaixo, como registrar um boletim de ocorrência:
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