‘Nunca soltamos a mão uma da outra’: gêmeas descobrem câncer quase ao mesmo tempo e vencem tratamento juntas, em MG


Nova recomendação do Ministério da Saúde permite mamografia a partir de 40 anos
Cristina Aparecida de Souza Setério Olímpio e Cristiane Aparecida de Souza Setério Silva sempre dividiram a vida. Desde crianças, vestiam roupas iguais, cresceram juntas e, já adultas, se casaram com apenas um ano de diferença. No ano passado, as irmãs gêmeas de Varginha (MG) tiveram mais uma coincidência marcante: descobriram, quase ao mesmo tempo, que estavam com câncer de mama.
📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram
A assistente administrativo Cristiane foi a primeira a perceber algo diferente.
“Eu descobri quando vi uma moça sem cabelo no meu trabalho. Ela estava em tratamento oncológico. Naquela mesma noite, durante o banho, fiz o autoexame e senti o nódulo no meu seio esquerdo. Procurei um ginecologista, que me encaminhou ao mastologista, e lá foi detectado o câncer”, contou.
Logo depois, a irmã Cristina, operadora de caixa, também resolveu se examinar.
“Pelo diagnóstico da Cristiane, eu também fiz o autoexame e descobri um nódulo no mesmo lado que o dela. Procurei o mastologista e no mesmo dia já fiz a biópsia e os exames. Foi o início de tudo”, relembra.
Gêmeas descobrem câncer quase ao mesmo tempo e vencem juntas o tratamento em MG
Reprodução EPTV
Importância do diagnóstico precoce
O autoexame foi decisivo para as irmãs, já que até pouco tempo a mamografia pelo SUS era oferecida apenas a partir dos 50 anos. Com a ampliação, mulheres a partir de 40 anos podem fazer o exame, o que deve facilitar a detecção precoce. Hoje, segundo o Ministério da Saúde, 37% dos casos ainda são diagnosticados em estágio avançado.
“Diagnosticar o tumor em estágio mais precoce favorece a cura e permite tratamentos menos agressivos. Uma mulher com câncer de mama menor do que um centímetro, por exemplo, pode nem precisar de quimioterapia”, explicou Bruno Aquino, coordenador de oncologia do Hospital Bom Pastor, referência para mais de 50 municípios do Sul de Minas.
De acordo com dados da instituição, entre 2020 e 2024, a média anual de novos diagnósticos foi de 290 casos, com maior concentração de registros precoces em mulheres de 30 a 40 anos.
Gêmeas descobrem câncer quase ao mesmo tempo e vencem juntas o tratamento em MG
Reprodução EPTV
Segundo Aquino, fatores de estilo de vida influenciam cada vez mais nos diagnósticos.
“O câncer é multifatorial. Alimentação industrializada, consumo precoce de álcool e uso de hormônios contribuem para que a doença atinja mulheres mais jovens. De 5% a 10% dos casos são genéticos, mas a maioria está relacionada aos hábitos de vida”, explicou.
Fé, apoio e superação
Para Cristina e Cristiane, o apoio familiar e a fé foram determinantes para superar o momento difícil. As duas já concluíram o tratamento e seguem lado a lado, como sempre fizeram.
“Nós não soltamos a mão uma da outra em nenhum momento. Tudo tem um propósito. Deus permitiu para a gente acordar para muitas coisas da vida. Seguimos firmes, sempre uma apoiando a outra”, disse Cristiane.
“A gente vê o câncer como uma doença terminal, mas não é. Acreditamos que ia dar certo e já deu tudo certo”, completou Cristina.
Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *