Puxado pela madeira em tora, extrativismo no AC cresce 1,8% em 2024
Reprodução
O valor da produção do extrativismo vegetal no Acre alcançou R$ 115,8 milhões em 2024, um crescimento de 1,8% em relação a 2023, segundo a Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) divulgada na última quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No geral, o levantamento mostra ainda que três produtos responderam por 86% do valor gerado no estado, sendo eles a castanha-do-brasil (51%), a madeira em tora (22%) e o látex coagulado (13%).
📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
A principal explicação para o aumento registrado em 2024 foi a retomada da extração de madeira manejada, que havia sido menor em 2023.
A madeira em tora também foi o que impulsionou o crescimento no estado. O volume extraído aumentou 27,1%, e alcançou 219.160 m³, enquanto o valor de produção saltou de R$ 19,2 milhões em 2023 para R$ 26 milhões em 2024, que ainda de acordo com os dados, representa um avanço de 35,2%.
Produção de bovinos no Acre cresce 5% e supera expectativas em 2024
Os municípios que mais produziram foram:
Feijó – 110.412 m³ (R$ 13,2 milhões)
Bujari – 21.200 m³ (R$ 2,5 milhões)
Rio Branco – 19.200 m³ (R$ 2,3 milhões)
Sena Madureira – 16.800 m³ (R$ 2 milhões)
Capixaba – 8.100 m³ (R$ 996 mil)
Além disso, outro produto que aparece na pesquisa é o carvão vegetal, que somou 1.740 toneladas, com valor de produção de R$ 2,4 milhões. O município de Cruzeiro do Sul liderou, com 636 t e R$ 921 mil.
LEIA MAIS:
Puxada pelo cultivo de mandioca, produção agrícola cresce e passa de R$ 830 milhões em 2024 no Acre
Veja cidades do AC que lideraram ranking na produção de leite e ovos em 2024, segundo IBGE
Sena Madureira, no interior do AC, é reconhecida como capital nacional da castanha
A lenha também representa parte importante do extrativismo no Acre. Em 2024, foram 262,7 mil m³ extraídos, gerando R$ 5,7 milhões. Cruzeiro do Sul foi o maior produtor, com 161,5 mil m³ e R$ 3,6 milhões.
A pesquisa mostra ainda que os produtos alimentícios extraídos da floresta, como frutas e sementes, totalizaram 14,6 mil toneladas, com valor de R$ 66,7 milhões. A maior produção foi registrada no Vale do Acre, responsável por 11,1 mil toneladas (R$ 60,7 milhões). (Confira gráfico completa abaixo)
Castanha-do-Brasil
Mesmo com a madeira puxando o crescimento, a castanha-do-Brasil ainda segue como o produto mais importante do extrativismo no Acre. De acordo com o levantamento, em 2024 foram 9.945 toneladas extraídas, avaliadas em R$ 58,6 milhões.
O volume cresceu 5%, mas o valor caiu 11% em relação a 2023, em razão da queda no preço pago ao extrativista, que foi de R$ 5,90 o quilo (cerca de R$ 59 por lata).
Os municípios que mais se destacaram foram:
Xapuri – 2.085 toneladas (R$ 12,1 milhões)
Brasiléia – 1.709 toneladas (R$ 10,2 milhões)
Rio Branco – 1.680 toneladas (R$ 10,1 milhões)
Sena Madureira – 1.669 toneladas (R$ 9,5 milhões)
Epitaciolândia – 1.069 toneladas (R$ 6,4 milhões)
Açaí
A produção de açaí também cresceu no estado. Em 2024, foram 4.145 toneladas (alta de 2,4%), que movimentaram R$ 7,5 milhões, um aumento de 6,5% em relação a 2023. O crescimento foi impulsionado principalmente pelos preços mais altos pagos aos extrativistas.
Os principais municípios produtores foram: Feijó (1.500 t), Cruzeiro do Sul (308 t), Mâncio Lima (223 t), Tarauacá (250 t) e Marechal Thaumaturgo (233 t).
Borracha (látex coagulado)
A produção de látex coagulado gerou R$ 14,9 milhões em 2024, com 769 toneladas extraídas e preço médio de R$ 19,8 por quilo. Segundo o IBGE, programas de remuneração por serviços ambientais têm fortalecido o setor e contribuído para a expansão da atividade.
Os cinco municípios que mais produziram foram:
Xapuri – 265 toneladas (R$ 4,9 milhões)
Senador Guiomard – 149 toneladas (R$ 2,9 milhões)
Brasiléia – 126 toneladas (R$ 2,3 milhões)
Sena Madureira – 76 toneladas (R$ 1,5 milhão)
Tarauacá – 58 toneladas (R$ 1,2 milhão)
VÍDEOS: g1