Pressão de 12×8 é reclassificada como pré-hipertensão em nova diretriz
O estrogênio, hormônio que protege o sistema cardiovascular, cai drasticamente na menopausa. A perda está associada ao aumento da pressão arterial, do colesterol e do acúmulo de gordura abdominal. E segundo a nova Diretriz Brasileira de Hipertensão, esse processo torna a mulher mais vulnerável a doenças do coração.
“A mulher morre mais de doença cardiovascular do que de câncer. Muitas vezes ela sente dor no peito e não procura atendimento, achando que não é coração. Isso precisa mudar”, alerta a cardiologista Andrea Brandão, coordenadora da diretriz.
Siga o canal do g1 Bem-Estar no WhatsApp
12 por 8 agora é pré-hipertensão
Além do recorte sobre as mulheres, o documento da Sociedade Brasileira de Cardiologia também mudou parâmetros gerais: 12 por 8 não é mais considerado normal, e sim pré-hipertensão.
Quem está nessa faixa deve adotar mudanças de estilo de vida — como praticar atividade física, manter peso adequado, reduzir sal, aumentar frutas e verduras, não fumar e controlar o estresse.
Quando usar remédios?
A faixa de 12 a 13,9 por 8 a 8,9 não exige tratamento com medicamentos em pessoas saudáveis. Mas, em casos de diabetes, doença renal ou histórico cardíaco, o médico pode indicar medicação antes de chegar a 14 por 9.
Meta do tratamento mudou
Para os hipertensos já diagnosticados, a diretriz recomenda mais rigor:
a maioria precisará de dois ou mais medicamentos;
o uso de combinações de fármacos é indicado;
a nova meta é manter a pressão abaixo de 13 por 8.
“Reduzir mais a pressão protege coração, rins e cérebro contra danos a longo prazo”, explica Andrea.
Gravidez e anticoncepcional exigem atenção
A diretriz destaca que anticoncepcionais podem elevar a pressão em algumas mulheres. Por isso, é necessário medir a pressão regularmente.
Na gestação, o risco é de pré-eclâmpsia, uma das principais causas de mortalidade materna. Mulheres que tiveram o problema devem ser monitoradas para o resto da vida.
Além disso, a hipertensão é o primeiro fator de mortalidade materno fetal – tanto no Brasil quanto no mundo.
Atenção pelo SUS
A diretriz foi adaptada aos medicamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é orientar profissionais da atenção primária sobre doses, combinações e encaminhamentos para especialistas.
Medir a pressão é fundamental
A recomendação é verificar a pressão ao menos uma vez por ano desde os 3 anos de idade. E quem tem histórico familiar ou fatores de risco deve medir com mais frequência.
“No Brasil, 32% da população adulta tem hipertensão. Cuidar desde cedo é essencial para mudar esse cenário”, destaca Brandão.
LEIA TAMBÉM:
Como medir a pressão corretamente em casa: veja o tipo de aparelho recomendado e evite erros comuns
Por que sociedades médicas e estudo científico defendem tratamento mais rigoroso para pressão alta?
Pressão 12 por 8: o que é indicado para quem é pré-hipertenso? Saiba o que são as ‘medidas não medicamentosas’
Hipertensão tem tratamento gratuito no SUS; saiba como ter acesso
Estrogênio protege o coração da mulher e perda na menopausa aumenta risco de hipertensão
Adobe Stock