Mãe diz que criança fez xixi na roupa após ser impedida por professora de ir ao banheiro em Ribeirão Preto


Criança de 6 anos faz xixi na roupa após professora negar ida ao banheiro em escola municipal de Ribeirão Preto, SP; diz mãe
Arquivo pessoal
Uma aluna de 6 anos do 1º ano de uma escola da rede municipal de Ribeirão Preto (SP) fez xixi na roupa após ser impedida de ir ao banheiro pela professora, segundo a mãe. O caso aconteceu na última segunda-feira (22), na primeira aula após o recreio.
A reportagem teve acesso a um comunicado atribuído aos gestores da escola que restringe, em um dos horários, a saída dos estudantes da sala para irem ao banheiro.
A Secretaria Municipal da Educação informou que não houve impedimento e que apura os fatos (veja mais abaixo).
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O caso ocorreu na Escola Municipal Professora Maria Inês Vieira Machado, no Complexo Ribeirão Verde. Mãe da menina, Deigla Aparecida dos Santos afirma que a filha pediu duas vezes para ir ao banheiro na aula depois do recreio, mas que ouviu da professora que o momento de fazer isso era no recreio.
Segundo ela, de tanto esperar, a criança não resistiu e urinou na sala no início da aula seguinte.
“Minha filha tem 6 anos. Pediu para ir ao banheiro, a professora disse que não. Ela voltou para a carteira, pediu de novo e ouviu que ‘não podia porque o horário era no recreio’. Assim que outra professora entrou e liberou, ela já tinha feito xixi”, disse Deigla.
Deigla relata que colegas ajudaram a criança, que recebeu um short da escola e teve o uniforme molhado colocado na mochila. Depois, a família formalizou uma reclamação na unidade e na Secretaria Municipal da Educação.
“A direção primeiro disse que a docente não faria isso; depois alegou falta de funcionários e que os banheiros estavam sendo trancados. Eu e o meu marido procuramos uma reclamação na internet, fizemos e entregamos por escrito. Também registramos reclamação na Secretaria, que pediu para enviar tudo por e-mail”, afirmou.
A mãe afirma ainda que não foi chamada pela direção durante o episódio. “Ninguém me ligou para avisar. Descobri só quando ela chegou em casa com outra roupa”, criticou.
Criança de 6 anos faz xixi na roupa após professora negar ida ao banheiro em escola municipal de Ribeirão Preto, SP; diz mãe
Arquivo pessoal
Comunicado com restrições
O relato da mãe ocorreu em meio à distribuição de um comunicado, atribuído à gestão da escola, que estabeleceu regras para utilização dos banheiros e bebedouros. O documento (veja acima) libera os alunos a deixarem a sala para ir ao banheiro ou beber água nas três primeiras aulas antes do recreio e na quinta e sexta aulas, após o intervalo, mas orienta que eles sejam autorizados a sair um de cada vez.
“Caso as funcionárias de apoio vejam que foram liberados mais de um aluno por vez, elas estão autorizadas a pedir para o aluno retornar para a sala e aguardar, em sala, seu colega retornar.”
A restrição, de acordo com o comunicado, está na quarta aula do dia, que acontece após o recreio. O mesmo documento descreve que exceções podem ser abertas em caso de urgência. “Banheiro estará fechado nesse período, não podendo ser utilizado. Ressalte-se que, em caso de urgência, poderá ser autorizado a usar o banheiro e beber água.”
O texto orienta ainda que os alunos levem garrafas de água e usem o recreio para alimentação, hidratação e uso dos sanitários.
Mãe de uma aluna da escola, Francine Corrêa critica a orientação interna. “O que a gente vê é que as crianças não podem sair na quarta aula, que é depois do intervalo. No recreio, forma fila, e nem todos conseguem usar o banheiro. No calor que faz em Ribeirão, segurar xixi não dá”, disse.
Ela afirma que soube da regra por meio de grupos de bairro. “Não recebemos nenhum comunicado oficial, foi algo que vazou. Uma funcionária me mandou foto e disse que era para os pais se mobilizarem, porque não se pode proibir uma criança de usar o banheiro”, relatou.
Segundo Francine, a filha já havia reclamado de não poder beber água fora do recreio.
“Ela disse que a água na garrafinha acabou e a professora não deixou encher. Relevei, mas agora vejo que já era uma prática. Fiz denúncia na Secretaria de Educação, por telefone e e-mail, mas até agora não tive retorno”, contou.
Restrição criada para evitar depredações diz professora
Professora da unidade, Gabriela Pujol Bell disse ao g1 que a restrição foi estabelecida pela gestão da escola após registros de brigas e depredações nos banheiros após o recreio.
“O intervalo é para alimentação, água e banheiro. Depois disso, a orientação é que fiquem em sala. Mas, em caso de urgência, o aluno pode sair”, disse.
Ela reconhece, no entanto, que houve falhas de comunicação. “A medida é recente, e nem todo o corpo docente foi informado ao mesmo tempo”, afirmou.
O que diz a Secretaria de Educação
Em nota, a Secretaria Municipal da Educação negou que alunos tenham sido impedidos de usar os banheiros.
“Não houve qualquer impedimento ao uso do banheiro na EMEF Profª Maria Inês Vieira Machado. A rotina foi reorganizada para melhor atender os alunos, devido à depredação constante das instalações sanitárias”, informou.
A pasta confirmou que, no dia 19 de setembro, o banheiro principal ficou fechado por causa de um cano estourado, mas que um sanitário alternativo foi disponibilizado.
“A equipe gestora foi chamada à Secretaria para esclarecimentos e recebeu orientações. O caso está sendo apurado com rigor”, disse.
*Sob supervisão de Rodolfo Tiengo
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