Fotos mostram a prisão de Gabriel Spalone Alves no aeroporto da cidade de Ezeiza, na Grande Buenos Aires.
Montagem/g1/Reprodução/TV Globo
A TV Globo teve acesso, com exclusividade, das imagens da prisão do influenciador Gabriel Spalone Alves, na Argentina. Ele foi preso sob a acusação de por participar de um esquema de desvio de R$ 146 milhões via PIX.
Spalone foi detido ao desembargar no aeroporto da cidade de Ezeiza, na Grande Buenos Aires, por volta das 22h, em razão do nome dele ter sido ser incluído pelas autoridades brasileiras na Difusão Vermelha de procurados da Polícia Internacional (Interpol).
O influenciador eve passar por audiência de custódia em Buenos Aires nesta segunda-feira (29), segundo o advogado de defesa dele, Eduardo Maurício.
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Gabriel Spalone foi detido ao desembargar no aeroporto da cidade de Ezeiza, na Grande Buenos Aires, por volta das 22h, nesta sábado (27).
Reprodução/TV Globo
O influencer era considerado foragido no Brasil deste terça-feira (23), após ser alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo contra crimes virtuais.
🔴Difusão Vermelha, também conhecida como “lista vermelha” é um mecanismo internacional para o compartilhamento de informações de foragidos internacionais. Atualmente, a organização possui 19 bancos de dados à disposição das polícias do mundo, entre eles, de impressões digitais, perfis de DNA, documentos falsificados e obras de arte, por exemplo.
Na ordem de prisão internacional ao qual o g1 teve acesso, a Interpol aponta que em 26 de fevereiro de 2025, Gabriel Spalone Alves e outros desviaram a quantia de R$ 146,5 milhões de um banco brasileiro, por meio de uma empresa que prestava serviços ao banco.
Segundo o documento, assim que o banco descobriu a fraude, recuperou a quantia de R$ 107,5 milhões, resultando em um prejuízo real de R$ 39 milhões.
“As investigações revelaram que as contas bancárias que se beneficiaram dos fundos ilicitamente desviados eram movimentadas pelo réu e outros”, afirma o documento.
Gabriel Spalone foi detido ao desembargar no aeroporto da cidade de Ezeiza, na Grande Buenos Aires, por volta das 22h, nesta sábado (27).
Montagem/g1/Reprodução/TV Globo
“Este pedido deve ser tratado como um pedido oficial de prisão preventiva. Favor prosseguir com a prisão preventiva, em conformidade com a legislação nacional aplicável e os tratados bilaterais e multilaterais pertinentes”, completa.
Segundo o advogado Eduardo Maurício, além de defendê-lo no processo de extradição para o Brasil, o escritório dele deve fazer um pedido de exclusão do nome do influencer da lista da Interpol diretamente na sede da entidade, em Lyon (França), além de protoco ar enúncia na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A defesa de Spalone também trabalha na defesa dele no inquérito da ‘Operação Dubai’, da Polícia Civil de São Paulo e vai pedir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), com objetivo de revogar sua prisão no Brasil, o que deve pode refletir em liberdade imediata na Argentina (Veja nota na íntegra abaixo).
“Recentemente apresentamos todas as provas que provam a inexistência de crime por parte do influencer e também requeremos a revogação da sua prisão preventiva, que está aguardando decisão Judicial da Justiça de São Paulo”, disse Eduardo Maurício (veja vídeo abaixo).
O adido da Polícia Federal na Argentina, André Vianna, disse que “graças aos postos da Polícia Federal no exterior e em conjunto com nossas adidâncias e a cooperação internacional e integração com a Interpol conseguimos prendê-lo na Argentina quando desembarcou”.
“Foi algo bastante importante e que mostra a importância da PF no exterior. Essa prisão jamais teria ocorrido se não fosse por isso e a integração com a Interpol”, declarou Vianna.
Advogado fala de prisão de Gabriel Spalone na Argentina e diz que cliente não cometeu crim
Prisão no Panamá
Gabriel Spalone tem 29 anos e é empresário e influenciador digital
Reprodução/Arquivo pessoal
Na sexta-feira (26), Gabriel chegou a ser detido no Aeroporto Internacional do Panamá, mas foi liberado em menos de 24 horas após as autoridades locais serem informadas de que ele não possuía ordem de prisão internacional e que nem estava na lista da Interpol naquele momento.
Maurício disse que as autoridades do Panamá o liberaram para seguir viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Sua defesa também afirmou que a prisão no Panamá havia sido “ilegal e abusiva”.
Contudo, horas depois, Gabriel foi incluído no alerta vermelho da Interpol. Segundo Paulo Barbosa, delegado chefe da Divisão de Crimes Cibernéticos, “a inclusão do nome do Gabriel Spalone na Difusão Vermelha foi resultado de uma ação conjunta da Polícia Civil de São Paulo com a Polícia Federal”.
Ao pousar em Buenos Aires, Argentina, depois de sair do Panamá, Gabriel foi preso pela Interpol dentro do avião. Ele será transferido para o Brasil para ficar à disposição da Justiça.
Liberação
Foto da Interpol no documento de prisão de Gabriel Spalone Alves, em Buenos Aires.
Montagem/g1/Reprodução
Conforme a TV Globo apurou, após deixar o Brasil nesta sexta-feira (26) para seguir até Dubai, o influenciador foi para o Paraguai, onde comprou uma passagem com destino a Nova York, nos Estados Unidos, com escala no Panamá.
Ao chegar, Gabriel desistiu da conexão para Nova York e adquiriu uma nova passagem com destino à Holanda. Foi nesse momento, enquanto tentava embarcar, que acabou detido.
A TV Globo também apurou que empresário seria deportado para o Paraguai, país onde a fuga começou, e, em seguida, transferido para o Brasil.
Contudo, o advogado informou às autoridades que Gabriel “era uma pessoa livre para viajar e não tinha qualquer ordem de prisão internacional ou inclusão na Interpol”. Menos de 24 horas, ele foi liberado.
Gabriel Spalone foi detido ao desembargar no aeroporto da cidade de Ezeiza, na Grande Buenos Aires, por volta das 22h, nesta sábado (27).
Reprodução/TV Globo
O que diz a defesa
“Eduardo Maurício advogado de defesa de Gabriel Spalone ratifica que seu cliente foi colocado em liberdade no Panamá, e afirma que posteriormente foi detido novamente em Buenos Aires (desta vez com uma inclusão ao que parece correta na Interpol).
Dr. Eduardo Maurício afirma que exercerá a defesa do influencer e empresário no processo de extradição que se inicia na Argentina, e em paralelo, já foi fornecida provas da sua inocência e já foi requerido no Brasil a revogação da sua prisão pendente de decisão judicial, e se o caso impetrará habeas corpus perante o Tribunal, bem como a defesa procederá com o pedido exclusão de Spalone da Interpol diretamente em Lyon na França; e também com denúncia na Corte Interamericana de Direitos Huamnos, tudo visando com que Gabriel possa responder o processo em liberdade.”
Esquema de desvio
Operação mira influencer suspeito de esquema que teria desviado R$ 146 milhões via PIX
Na última terça-feira (23), a Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo fez uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão e prisão temporária contra Gabriel Spalone, mas o influenciador não foi encontrado.
Ele é suspeito de participação em um esquema que desviou R$ 146 milhões via PIX de um banco e de empresas vítimas das transferências ilegais. Outras duas pessoas foram presas. Guilherme Sateles Coelho e Jesse Mariano da Silva teriam se beneficiado em quase R$ 75 milhões do esquema.
Os investigadores dizem que o esquema envolvia empresas criadas por Gabriel Spalone, que ofereciam serviços financeiros digitais, como transações de câmbio, criptomoedas e pagamentos.
Elas não tinham autorização do Banco Central para operar transferências diretas via PIX. Então, usavam o sistema de bancos ou empresas financeiras que têm autorização para realizar a operação. Esta intermediação é o chamado o PIX indireto, que é ilegal desde janeiro, quando o Banco Central endureceu regras para fintechs, como as de Gabriel.
Segundo a polícia, em fevereiro deste ano, as empresas dele realizaram em menos de 5 horas mais de 600 transferências ilegais por pix indireto, de 10 contas de um único banco, totalizando R$ 146 milhões. O banco conseguiu identificar a fraude e recuperar R$ 100 milhões.
Policiais cumprem mandados de busca e apreensão de carros e entram em imóveis de investigados no esquema de fraude com o PIX em São Paulo
Reprodução/Divulgação