Umberto Alberto Gomes
Reprodução
O oitavo suspeito de participar da execução do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes foi morto nesta terça-feira (30) durante troca de tiros com policiais no Paraná. A informação foi confirmada à TV Globo pela Polícia Civil paulista.
Ruy foi assassinado a tiros em uma emboscada no dia 15 de setembro em Praia Grande, na Baixada Santista. Umberto Alberto Gomes tinha 39 anos e era procurado pela polícia de São Paulo por envolvimento no homicídio do ex-delegado.
A Justiça tinha decretado a prisão temporária de Umberto, que estava foragido. Segundo a investigação foram encontradas digitais do suspeito numa segunda casa em Mongaguá usada pelos criminosos envolvidos no homicídio de Ruy.
“Comunico que Umberto que estava procurado pelo DHPP [Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa] por ter tido participação na ação da Praia Grande entrou em confronto com equipe da polícia civil do Paraná e com equipe do DEIC [Departamento Estadual de Investigações Criminais] e morreu”, informa nota divulgada pela Polícia Civil de São Paulo.
“Mais um caso em que a impunidade tirou uma vida. Se tivéssemos leis que punem adequadamente os criminosos, um indivíduo preso por roubo e participação em organização criminosa não estaria nas ruas para cometer um atentado violento como o que nós observamos”, falou Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), à TV Globo.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, Umberto morreu em Curitiba, capital paranaense. Ele estava escondido num conjunto habitacional popular.
A defesa de Umberto não foi localizada pela TV Globo até a última atualização desta reportagem.
Suspeito por morte de ex-delegado se entrega à polícia
Até o momento, quatro pessoas foram presas por envolvimento no assassinato de Ruy Ferraz Fontes. Outras três pessoas são investigadas e procuradas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os laudos periciais ainda estão em elaboração sobre o caso.
Quem são os investigados
Suspeitos de participação da morte do ex-delegado-geral de SP
Divulgação/Polícia Civil
Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime;
Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros;
Luis Antonio Rodrigues de Miranda (foragido) é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime;
Willian Silva Marques (preso e sem foto), dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime, se entregou à polícia no domingo (21);
Dahesly Oliveira Pires (presa) foi presa na quinta (18) por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil na Baixada Santista;
Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, está envolvido, segundo a polícia, na logística da morte do ex-delegado. Ele teria dado carona para que um dos criminosos fugisse da cena do crime e foi preso nesta sexta (19);
Rafael Marcell Dias Simões (preso), conhecido como Jaguar, foi preso neste sábado (20) após se entregar à polícia em São Vicente, no litoral;
Umberto Alberto Gomes (foragido), de 38 anos, digitais dele foram encontradas numa segunda casa usada pelos criminosos em Mongaguá.
Quem tiver informações que possam levar às prisões dos foragidos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
Além dos oito suspeitos acima que tiveram as prisões decretadas, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também investiga se Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido “Azul” ou “Colorido”, teve algum envolvimento no caso (foto abaixo).
Ele é apontado como um dos chefes do PCC na Baixada Santista.
Fernando Gonçalves dos Santos, o “Azul” ou “Colorido”
Reprodução
Uma das linhas de investigação é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo PCC por seu histórico de combate à facção, que comanda o tráfico de drogas no estado e já o ameaçou de morte.
O ex-delegado tinha 64 anos e foi um dos responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças do PCC.
A outra hipótese é a de que Ruy possa ter sido vítima de uma emboscada e morto pelo PCC em razão do seu trabalho como secretário da Administração em Praia Grande.
O secretário da pasta da Segurança, Guilherme Derrite, disse à imprensa não ter dúvidas do envolvimento do PCC na execução do ex-delegado.
Isso é um fato. A motivação é que ainda está em aberto.
De acordo com Derrite, “a dúvida é se a execução foi motivada por combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado ou por conta da atuação atual como secretario na Praia Grande”.
O que dizem as defesas
A defesa de William Silva Marques afirmou que permanece à inteira disposição da autoridade policial para prestar todos os esclarecimentos necessários no âmbito das investigações em curso e que havia sido agendado depoimento para o dia 18, mas a oitiva foi cancelada pela própria autoridade policial.
“É importante ressaltar que o proprietário não possui qualquer relação com os fatos investigados, tampouco qualquer intenção de se furtar aos esclarecimentos, colocando-se desde já à disposição para contribuir com a elucidação do ocorrido”, disse.
A defesa de Dahesly informou que não iria se pronunciar neste momento. Já as defesas dos outros suspeitos não foram localizadas pelo g1.
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