Estudantes conheceram um pouco mais sobre o processo de doação de órgãos para pessoas que aguardam por transplantes
Gustavo Campos / Ascom HRBA
Alunos da Escola Estadual Diocesana São Francisco, em Santarém, oeste do Pará, participaram de uma ação promovida pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA) na segunda-feira (29), como encerramento da programação da unidade alusiva à campanha nacional Setembro Verde, que incentiva a doação de órgãos. A estudante Lívia Araújo, 16 anos, que cursa o primeiro ano do ensino médio, foi uma das que participaram da palestra.
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“Eu só ouvia o básico sobre doar para ajudar pessoas que precisam de órgãos. Mas não sabia de nada profundamente. A palestra foi importante, consegui tirar todas as minhas dúvidas. É algo que precisa ser falado porque pode salvar vidas. Eu sei que não é a mesma coisa, mas eu já doei cabelo para pessoas que precisavam para ajudar na autoestima e saúde mental durante tratamento. Então, a doação de órgãos é algo que precisa ser mais divulgado, com certeza”, afirmou Lívia.
O tema foi abordado por profissionais da Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós e do setor de transplantes do hospital. No auditório da escola, eles explicaram como é feito o procedimento para a doação, quem pode doar, como uma doação pode ajudar a vida das pessoas, entre outros tópicos, além de esclarecer as dúvidas dos jovens.
“Nós trouxemos um pouco de informação, saber o que eles já sabiam sobre o assunto e foi muito bom. Tentamos juntar as equipes da captação e transplantes também para falar com os jovens e foi bem positivo, eles se envolveram bastante, e conseguimos tirar muitas dúvidas. O nosso objetivo é divulgar mais este ato de doação e explicar o benefício que essa doação traz para toda a sociedade”, destacou o enfermeiro da OPO Tapajós, Valciclei Lima.
Em Santarém, desde o ano de 2012, o Hospital Regional de Santarém é referência em captação de órgãos e transplantes renais
Gustavo Campos / Ascom HRBA
Setembro Verde
O HRBA conta com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós. Hoje, um médico e dois enfermeiros fazem parte da OPO, que trabalha na busca ativa de potenciais doadores, no apoio ao diagnóstico de morte encefálica e no acolhimento e consentimento da família para a doação.
A Organização promoveu durante todo o mês ações alusivas à campanha Setembro Verde, com palestras educativas dentro do hospital, para colaboradores, pacientes e acompanhantes. Além disso, a fachada do hospital ganhou um laço e ficou iluminada na cor verde durante as noites.
Durante o mês de setembro, a fachada do HRBA ficou iluminada na cor verde durante à noite
Gustavo Campos / Ascom HRBA
Para ser um doador de órgãos após a morte, é necessária a realização de um rigoroso protocolo médico que vai determinar se o paciente teve morte encefálica, que consiste na parada irreversível das funções do cérebro. No Brasil, a retirada de órgãos só pode ser realizada após a autorização familiar. Assim, mesmo que uma pessoa tenha dito em vida que gostaria de ser doador, a doação só acontece se a família autorizar.
Referência
Referência em captação de órgãos e transplantes renais em todo o oeste paraense, desde 2012, o Hospital Regional de Santarém é habilitado pelo Ministério da Saúde para captar órgãos. De lá para cá, já foram captados na unidade 197 órgãos, sendo 103 rins, 77 córneas, 13 fígados e quatro corações, em um total de 55 procedimentos. A captação mais recente ocorreu no dia 24 deste mês e foi a primeira deste ano, com dois rins e um fígado captados.
Já os transplantes de rins são realizados no hospital desde 2016. Até aqui, já foram 130 procedimentos , sendo 54 intervivos – quando o doador é geralmente parente do transplantado – e mais 76 de doadores falecidos. Só em 2025, a unidade já realizou 15 transplantes, levando mais qualidade de vida a pacientes que puderam deixar as sessões de hemodiálise para trás.
Um deles é o seu Nilton Cavalcante Furtado, 67 anos, que após cinco anos de tratamento na hemodiálise recebeu uma doação de um rim no dia 10 de agosto deste ano. Emocionado, ele ressaltou o quanto isso foi importante para a vida dele e de toda a família.
“Significa tudo na minha vida. É só gratidão. A gente poder sair dessa máquina, que ficamos um dia sim e um dia não, é sacrificante. Mas para Deus nada é impossível e tudo no tempo dele. Graças a Deus está indo tudo bem. Esse rim veio de Belém e chegou no dia certo, no horário certo. Graças a Deus”, comemorou.
Para quem conheceu um pouco mais sobre o trabalho desenvolvido pelo hospital, fica a certeza de que a importância de uma doação de órgãos para a vida de várias pessoas e famílias precisa ser cada vez mais debatida na sociedade.
“O esclarecimento, a informação. Tudo isso é primordial. Até para nós, adultos, é um assunto ainda pouco falado, não sabemos muito sobre. É muito importante que isso seja passado para os jovens e eles reproduzam essas informações. O Hospital Regional é uma referência, que presta um grande serviço para a nossa região. E uma ação como essa aproxima o HRBA da sociedade”, opinou a diretora da Escola Diocesana São Francisco, Enia Hoyos.
“Levar esse assunto, essa pauta, para alunos da rede de ensino em geral é um divisor de águas. A gente trabalha o tamanho da importância da doação de órgãos tanto no Brasil quanto na nossa realidade regional. Isso mostra o HRBA em movimento e atento às diretrizes do Ministério da Saúde, sendo vanguardistas em muitos serviços de saúde no oeste do Pará”, concluiu o diretor-geral da unidade, Matheus Coutinho.
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