Motorista de ônibus conta que foi impedido de usar banheiro e urinou na roupa após viagem
O fiscal denunciado por um motorista de ônibus, que contou ter sido impedido de usar o banheiro durante uma viagem de 3 horas e urinado na roupa, fez o “procedimento padrão” e orientou o condutor a estacionar o ônibus em um local seguro para não interromper o tráfego, informou a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) (leia a nota na íntegra ao final do texto).
“A CMTC lamenta o ocorrido e novamente pontua que os motoristas são orientados pelos fiscais a não parar veículo onde possa obstruir a passagem; lembrando ainda que ao longo do Eixo Anhanguera o motorista tem banheiros disponíveis nas 19 estações e nos cinco terminais do Eixo Anhanguera”, destacou a companhia.
O caso ganhou repercussão após o motorista Rubens Pereira ter gravado um vídeo dentro de um ônibus e mostrado a roupa molhada de urina. “Olha a situação que eu me encontro aqui agora, todo urinado”, relatou. Na filmagem, ele mencionou que saiu de Trindade para o Terminal de Praça da Bíblia, em Goiânia, que estava em reforma e, por isso, não pode ir ao banheiro (veja acima).
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Na viagem de volta para Trindade, o motorista parou no Terminal Vera Cruz e tentou ir ao banheiro, quando um fiscal da CTMC o impediu. Ele ressaltou ainda que pensou em tentar segurar até chegar em Trindade, mas que não foi possível.
“Um fiscal da CMTC, devidamente uniformizado, me abordou, dizendo que não poderia parar. Pedi a complacência de ter um minuto para entrar naquele banheiro e fazer essa necessidade. Estava até segurando o órgão e ele disse que não, que ali ia travar o terminal e tudo”, narrou.
Em seu pronunciamento, a companhia frisou que o trabalhador “não foi impedido de usar o banheiro” e que a ação do fiscal foi para dar fluxo no trânsito e “evitar atrasos na operação”.
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Repercussão
Motorista de ônibus conta que foi impedido de usar banheiro e urinou na roupa após viagem de 3 horas em Goiânia, Goiás
Reprodução/Arquivos Pessoal de Rubens Pereira
Em nota, a Metrobus lamentou o ocorrido e informou que ele é vinculado a uma empresa terceirizada, mas que orienta os profissionais a utilizar quaisquer dos banheiros disponíveis nas 19 estações e nos 5 terminais do Eixo Anhanguera (confira a nota completa ao final da reportagem).
O SindColetivo, que representa os motoristas de transporte coletivo, destacou que o motorista recebeu todo apoio do sindicato (leia na íntegra ao final do texto).
“É absolutamente vedado a qualquer pessoa, seja operadora do transporte coletivo, órgão gestor, órgão fiscalizador, órgão operador, empregador direto ou terceirizado, impedir ou gerar qualquer constrangimento a qualquer trabalhador(a) no sentido de impedir de realizar suas necessidades fisiológicas, de reidratação ou usufruir do seu regular período de alimentação e descanso”, disse o SindColetivo.
Nas redes sociais, internautas se solidarizaram com Rubens. “Situação lamentável! Todo trabalhador tem direito a condições dignas de trabalho, incluindo pausas para necessidades fisiológicas. Negar isso é ferir a dignidade humana e a própria legislação trabalhista”, escreveu um advogado.
“Infelizmente, hoje muitos não têm empatia pelo próximo. Meu coração partido por o Sr. ter passado por esse constrangimento”, comentou uma mulher.
Leia a nota completa da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos- CMTC- esclarece ser procedimento padrão por parte dos fiscais solicitar e ou orientar o motorista a estacionar veículo em local seguro, e que não interrompa o tráfego dos demais dentro de terminais. Ação que dá fluxo e evita atrasos na operação.
Neste episódio com o motorista no terminal Vera Cruz, o fiscal fez o procedimento padrão para a organização do tráfego fluir sem maiores problemas, sendo compreendido prontamente pelo motorista. A CMTC reforça que não houve negativa para que o mesmo utilizasse o banheiro.
A CMTC lamenta o ocorrido e novamente pontua que os motoristas são orientados pelos fiscais a não parar veículo onde possa obstruir a passagem; lembrando ainda que ao longo do Eixo Anhanguera o motorista tem banheiros disponíveis nas 19 estações e nos cinco terminais do Eixo Anhanguera.
Nota da Metrobus
A Metrobus tomou conhecimento do episódio e lamenta a situação vivida pelo motorista, que é vinculado à empresa terceirizada. A Metrobus reforça que a jornada de trabalho dos colaboradores respeita integralmente a legislação vigente e que, em casos de urgência, os profissionais são orientados a utilizar quaisquer dos banheiros disponíveis nas 19 estações e nos 5 terminais do Eixo Anhanguera.
Nota da SindColetivo
O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana – SINDCOLETIVO, vem, a público apresentar seu REPÚDIO VEEMENTE CONDUTA DE UM FISCAL DA CMTC, QUE IMPEDIU UM MOTORISTA DE REALIZAR SUAS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS DURANTE O TRABALHO. O trabalhador recebeu todo o apoio desta Entidade e esclarecemos ao mesmo e aos demais trabalhadores, a imprensa e usuários, que É ABSOLUTAMENTE VEDADO A QUALQUER PESSOA, SEJA OPERADORA DO TRANSPORTE COLETIVO, ÓRGÃO GESTOR, ÓRGÃO FISCALIZADOR, ÓRGÃO OPERADOR, EMPREGADOR DIRETO OU TERCEIRIZADO, IMPEDIR OU GERAR QUALQUER CONSTRAGIMENTO A QUALQUER TRABALHADOR(A) NO SENTIDO DE IMPEDIR DE REALIZAR SUAS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS, DE REIDRATAÇÃO OU USUFRUIR DO SEU REGULAR PERÍODO DE ALIMENTAÇÃO E DESCANSO, conforme preconiza a Legislação Trabalhista, previsão também estabelecida nos Instrumentos Coletivos de Trabalho ao qual o SINDCOLETIVO É UM DOS SUBSCRITORES. O SINDCOLETIVO, VEM A LONGA DATA FAZENDO GESTÃO JUNTO AOS ÓRGÃOS LEGAIS (Superintendência Regional do Trabalho; Ministério Público do Trabalho; SET, CMTC; Operadoras do Transporte Coletivo, Justiça do Trabalho e outros); para garantir TODOS OS DIREITOS TRABALHISTAS, INCLUSIVE OS QUE GARANTEM A SAÚDE E HIGIENE NO TRABALHO DOS TRABALHADORES DO TRANSPORTE COLETIVO DE GOIÂNIA E REGIÃO METROPOLITANA E SE COLOCA DIARIAMENTE NA FRENTE DE BATALHA PARA GARANTIR A PRESERVAÇÃO E AMPLIAÇÃO DOS MESMOS.
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