Traficante internacional explica em áudio facilidade de transportar drogas por navio
Uma operação da Polícia Federal desmantelou uma quadrilha envolvida no tráfico internacional de drogas que usava navios e aeroportos brasileiros para enviar cocaína à Europa. Entre os presos está Alexandre Constantino Furtado, presidente da escola de samba Império de Casa Verde e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo. Ele seria o número dois na hierarquia.
Outros nomes envolvidos são o de Fernando Cavalcante Ribeiro, o “Pato Donald”, apontado como chefe do grupo, e João Carlos Camisa Nova Júnior, o “Don Coleone”, responsável pelo envio para países europeus.
O Fantástico teve acesso exclusivo a áudios trocados entre os integrantes da quadrilha. Em uma das mensagens, João Carlos Camisa Nova Júnior, conhecido como Don Coleone, explica a facilidade de usar navios para transportar a droga:
“Esse navio nosso que está à disposição nossa, nós podemos trocar toda a tripulação quando quiser. Se quiser fazer uma rota tranquila, quente, lindo e maravilhoso”.
Apesar da estrutura, nem tudo saiu como planejado. Em um dos áudios, Pato Donald reclama da falta de provas do embarque da droga, o que comprometeria o pagamento por parte dos compradores:
“Sem prova é o seguinte: se perdeu na lata, os caras não vão pagar p*** nenhuma”.
O carregamento foi interceptado pela polícia antes mesmo de deixar o país.
‘Podemos trocar toda a tripulação’: traficante internacional explica em áudio facilidade de transportar drogas por navio
Reprodução/TV Globo
Investigação e operação
Segundo a PF, o grupo operava com conexões próximas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e tinha como base principal o estado de São Paulo.
A PF também investiga se a escola de samba Império de Casa Verde foi usada para lavar dinheiro do tráfico. Relatórios financeiros apontam movimentações suspeitas entre empresas ligadas a Alexandre Furtado e contas da agremiação.
A operação realizada nesta semana cumpriu 16 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Goiás. Os bens bloqueados somam R$ 291 milhões.
Fantástico revela áudios exclusivos de operação que prendeu presidente da Império de Casa Verde
Outro lado
O advogado de Fernando Cavalcanti Ribeiro nega que ele tenha qualquer envolvimento com o esquema.
A defesa de Alexandre Constantino Furtado alega que não há prova técnica de que as mensagens sejam dele e diz que todos os valores recebidos pela escola de samba têm origem comprovada.
O Fantástico não conseguiu contato com o advogado de João Carlos Camisa Nova Júnior.
Em nota, a Império de Casa Verde afirmou que ainda não há confirmação oficial sobre o teor da ação. Já a Liga das Escolas de Samba de São Paulo declarou, em publicação na internet, manter compromisso com transparência e integridade institucional.
Veja a reportagem completa no vídeo abaixo:
Tem droga no samba. Investigação aponta participação do presidente da escola Império de Casa Verde em quadrilha internacional de tráfico
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