Câmera flagra movimentação em banheiro de bar de Curitiba momentos antes de tiro
Antônio Carlos Antunes, vendedor baleado dentro do banheiro de um bar por um policial civil de folga, morreu na manhã desta quarta-feira (1º), em Curitiba. A informação foi confirmada por familiares à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.
A vítima estava internada em estado grave no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie desde a última sexta-feira (26), quando o crime aconteceu. Ele foi atingido por um disparo no abdômen e não resistiu aos ferimentos.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), a motivação foi uma discussão sobre um copo de cerveja. Assista ao vídeo acima.
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As imagens de câmera de segurança do estabelecimento mostram o policial, de camisa verde, entrando no local às 20h10. Um minuto depois, Antônio, de jaqueta preta, aparece também indo ao banheiro.
As pessoas que ouviram o barulho do disparo, e perceberam a confusão, foram até eles para entender o que estava acontecendo.
Em seguida, a câmera registrou a chegada dos policiais militares ao estabelecimento.
Antônio Carlos Antunes morreu no hospital após ser baleado por um policial de folga.
Arquivo da família
O policial Marcelo Mariano Pereira foi levado à delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou, em nota, que não foi lavrado auto de prisão em flagrante porque “os elementos iniciais indicam a possibilidade de legítima defesa, como o disparo único, os ferimentos sofridos pelo policial, a permanência no local e o acionamento imediato da Polícia Militar”.
A polícia investiga o caso e a corregedoria da instituição acompanha a ocorrência.
Câmera flagrou a movimentação no bar de Curitiba.
Reprodução
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O que dizem as defesas dos envolvidos
Heitor Luiz Bender, advogado responsável pela defesa do policial, afirmou que o cliente reagiu em legítima defesa.
“Ele se identifica como policial. Ele saca essa arma, aponta para baixo e nem mesmo assim a vítima desiste. Pelo contrário, ela tem uma atitude ainda mais ativa e tenta retirar essa arma dele, desfere novas agressões e, nesse momento, em defesa, em preservação da vida, afinal de contas, ele podia perder a arma e nós estaríamos diante de uma situação diversa, ele efetuou o disparo. Foi um disparo de segurança, disparo de contenção, sem nenhum dolo de ceifar a vida dessa pessoa de forma voluntária, mas somente para se defender”, disse em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.
A advogada Caroline Mattar Assad contestou a versão de legítima defesa.
“Nós, como advogados da família, já entedemos que não existe essa proporcionalidade para você repelir. O que é uma legítima defesa? É você repelir uma injusta agressão de forma moderada. Agora, como que a gente vai falar que uma arma de fogo, se atirar em uma pessoa em um banheiro de um bar, é uma forma de repelir uma agressão, seja lá uma agressão. Porque até aqui a gente não tem nem isso como certeza”, disse à RPC.
Bar pediu desculpas aos clientes
Por meio de nota, o Barbaran lamentou a situação e pediu desculpas aos clientes. Confira a íntegra do posicionamento:
“É com profundo pesar que comunicamos um grave incidente ocorrido na noite desta sexta-feira no BarBaran.
Durante o funcionamento normal do estabelecimento, ocorreu uma situação envolvendo disparo de arma de fogo nas instalações do bar, resultando em ferimentos a uma pessoa. O incidente foi imediatamente reportado às autoridades competentes.
Prestamos total colaboração às investigações policiais em andamento, bem como disponibilizamos todas as informações e imagens de segurança às autoridades.
Reafirmamos nosso compromisso com a segurança de clientes e funcionários.
Pedimos sinceras desculpas a todos que presenciaram esta situação traumática. Nosso estabelecimento sempre se orgulhou de proporcionar um ambiente acolhedor e familiar, e este incidente não representa os valores que defendemos.”
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