Geleiras suíças perderam um quarto de seu volume em dez anos; imagens mostram derretimento acelerado


Imagem de satélite mostra redução da área do Glaciar de Gries, nos Alpes Suíços, entre 2016 e 2025.
União Europeia/Copernicus Sentinel-2
As geleiras suíças perderam um quarto de seu volume em apenas dez anos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (1º), que alerta para a velocidade do fenômeno.
Em 2025, a rede suíça que monitora as geleiras (Glamos) voltou a observar um “derretimento considerável”, semelhante ao do ano de 2022, informa a agência France Press.
O último inverno foi escasso em neve e as ondas de calor de junho e agosto também não ajudaram. As geleiras do país alpino perderam assim 3% de seu volume, segundo as medições realizadas em cerca de 20 montanhas de gelo, ampliadas para o conjunto das 1.400 formações deste tipo existentes na Suíça.
Trata-se da quarta maior redução desde o início das medições, depois das registradas em 2022, 2023 e 2003.
“Há cerca de vinte anos, todos as geleiras suíças estão perdendo gelo e o ritmo (…) está acelerando”, declarou à AFP Matthias Huss, diretor da Glamos.
O especialista cita como exemplo a geleira do Ródano, uma das mais emblemáticas da Suíça, que visitou recentemente. “Ela perdeu 100 metros (de espessura) ou até mais nos últimos vinte anos, é impressionante!”, exclama.
Imagens de satélite capturadas pela União Europeia mostram a gravidade do derretimento que atinge o Glaciar de Gries, nos Alpes Suíços.
Localizado no cantão de Valais, uma das 26 regiões administrativas da Suíça, o glaciar vem encolhendo em ritmo acelerado e perdeu, apenas no verão de 2025, cerca de seis metros de espessura de gelo.
Segundo estimativas, entre 2000 e 2023 o glaciar já havia recuado aproximadamente 800 metros.
Nas imagens, que foram tiradas em 23 de agosto de 2016 e 26 de agosto de 2025 pelos satélites Copernicus Sentinel-2, é possível ver a redução expressiva da área coberta por gelo.
🟦 ENTENDA: Os glaciares alpinos funcionam como “termômetros” do clima global. A velocidade com que estão derretendo preocupa cientistas e coloca em risco tanto os ecossistemas locais quanto a segurança hídrica da Europa.
Segundo os cientistas, a combinação de temperaturas recordes e calor extremo no último verão europeu agravou ainda mais a situação.
Comparação entre 2016 e 2025.
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Segundo o serviço suíço de monitoramento de geleiras (GLAMOS), o glaciar perdeu seis metros de espessura apenas entre setembro de 2024 e setembro de 2025.
“Este é um glaciar em processo de morte”, disse Matthias Huss, diretor do GLAMOS.
Desde 1880, o glaciar já perdeu 3,2 km de sua extensão. Hoje, sua espessura média é de 57 metros.
Em maio de 2025, um colapso de outro glaciar destruiu a vila de Blatten, também no cantão de Valais.
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