Água rosa chama a atenção de moradores de Itu
A Companhia Ituana de Saneamento (CIS), responsável pelo abastecimento de água em Itu (SP), publicou uma nota nas redes sociais afirmando que não existe uma investigação para apurar se a água fornecida na cidade contém metanol.
A qualidade da água na cidade chamou a atenção dos moradores na segunda-feira (30), após ela sair com uma coloração rosa das torneiras em diversos pontos da cidade. Segundo a companhia, a diferença foi causada por um produto usado no tratamento da água e, caso ela continue chegando desta forma nas casas, o descarte deve ser feito imediatamente.
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Uma publicação feita nas redes sociais viralizou na terça-feira (30), após a água fornecida pela autarquia sair com uma coloração rosa das torneiras em diversos pontos da cidade. A característica, considerada incomum, chamou a atenção de moradores da região.
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Outra publicação viralizou no mesmo dia, alegando que a polícia estaria investigando se a água fornecida pela autarquia supostamente conteria metanol, substância que causou mortes e complicações graves em diversas pessoas no estado pelo consumo de bebidas alcoólicas.
A CIS afirmou, por meio de nota, que nenhuma investigação está acontecendo e que, na verdade, o metanol não faz parte do processo de tratamento de água e não possui nenhuma coloração. Veja acima.
Ainda conforme a nota, a companhia explica que o metanol é um álcool, ou seja, possui cheiro forte e é inflamável. A CIS considera a postagem viralizada como uma tentativa de propagar pânico aos moradores de toda a região.
Água rosa
Moradores de Itu (SP) relatam água rosa
Arquivo Pessoal
Os moradores dos bairros São Luiz e Parque América registraram imagens que mostram a água rosa. Conforme a companhia, o produto responsável pela mudança da cor é usado no tratamento da água que, caso continue chegando nas torneiras desta forma, deve ser descartada imediatamente.
Em outro comunicado, a CIS informou que a situação foi normalizada na estação de tratamento e a água deve voltar ao normal. Além disso, uma investigação interna está sendo feita para entender o que causou o problema.
Intoxicação por metanol
Metanol em bebidas: só teste de laboratório pode detectar
Segundo um balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES) nesta quarta-feira (1°), há 25 casos em investigação por suspeita de intoxicação por metanol em todo o estado.
Conforme a pasta, 18 deles estão em investigação e sete já foram confirmados por intoxicação. Ainda nesta quarta-feira (1º), mais uma morte, ainda não notificada, ocorreu em São Bernardo do Campo (SP).
Sem considerar essa morte ainda não notificada em São Bernardo, o estado continua contabilizando cinco óbitos por suspeita de intoxicação por metanol. Quatro casos ainda são suspeitos (3 na capital e 1 em SBC) e uma confirmada (na capital).
Sem considerar a última morte, São Paulo ainda possui cinco mortes que supostamente envolvem metanol. Quatro casos ainda são suspeitos, enquanto uma foi confirmada na capital paulista.
Diante da situação, o governo estadual montou um gabinete de crise e determinou a interdição cautelar de todos os estabelecimentos onde foram identificados casos de consumo de bebidas “batizadas”.
Ao g1, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou, na terça-feira (30), que um dos casos investigados aconteceu em Itu.
Ainda segundo a SSP, equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) prenderam duas pessoas por envolvimento na falsificação de bebidas alcoólicas durante uma operação realizada em Americana (SP) nesta terça-feira.
Os suspeitos foram encontrados em uma chácara usada como laboratório clandestino para a produção das bebidas. No local, foram apreendidas mais de 17,7 mil unidades, embora nenhuma delas contivesse metanol, conforme análise preliminar.
‘Batismo’ de bebidas
Falsificadores pegam as garrafas de marcas famosas de bebidas alcoólicas, como gin e vodca, e adulteram o conteúdo, acrescentando metanol. Em seguida, o produto é comercializado.
O metanol é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até a morte.
Sintomas
Intoxicação por metanol: médico alerta para sintomas e necessidade de atendimento rápido
Jornal Nacional/ Reprodução
Os sintomas de alerta costumam aparecer entre 10 e 12 horas após a ingestão, mas podem surgir em até 48 horas após o consumo. Se o diagnóstico correto e o atendimento adequado não forem feitos rapidamente, a mortalidade pode ser superior a 50%.
Se o socorro for rápido, a mortalidade pode ser de menos de 10%, explica a médica intensivista, emergencista e presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Patrícia Mello.Entre os sintomas iniciais da intoxicação por metanol, estão:
Dor de cabeça intensa;
Alterações de consciência;
Náusea;
Dor abdominal;
Vômito;
Vertigem;
Sintomas visuais como a visão borrada, fotofobia, escotoma (ponto cego ou mancha escura) e até a perda súbita da visão.
Se a ingestão for muito intensa e muito rápida, o indivíduo pode evoluir rapidamente para um coma. Se o paciente tiver histórico de ingestão de bebida ou de alguma fonte duvidosa de algum líquido, deve relatar, para que o médico suspeite da intoxicação.
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
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