Polícia Civil do RS prende quatro suspeitos de aplicar fraudes milionárias com inteligência artificial
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu quatro suspeitos de aplicar golpes com o uso de inteligência artificial.
A voz e o rosto podem até parecer conhecidos, mas a Gisele Bündchen que anuncia malas e creme antirrugas foi criada por computador. Nas redes sociais, golpistas ofereciam os produtos de graça e cobravam apenas o valor do frete. Uma mulher, que prefere não se identificar, pagou por um kit de cosméticos que nunca foi entregue:
“Aquela hora ali eram R$ 40, mas daqui a pouco os caras estão fazendo um golpe mais avançado, ninguém denuncia, daqui a pouco eles estão R$ 300”, diz.
Os fraudadores transformavam valores pequenos em milhões de reais.
“Houve uma movimentação de mais de R$ 20 milhões pelo grupo em um período de seis meses e uma despreocupação em relação às autoridades constituídas. Eles debochavam da Polícia Civil, debochavam da Justiça”, afirma a delegada Isadora Galian.
Bandidos que usavam IA para aplicar golpes ostentavam vida de luxo e ensinavam nas redes sociais como praticar crime
Jornal Nacional/ Reprodução
O grupo usava tecnologia avançada para esconder os rastros das negociações, mas se entregava ao exibir uma rotina de ostentação nas redes sociais. De mansões e apartamentos de luxo a viagens internacionais, os bandidos criaram até um perfil em que ofereciam mentoria para formar novos golpistas, uma espécie de universidade do crime.
“Os golpes, com toda a sua metodologia, são comercializados, como se fosse uma empresa que está sendo repassada”, diz o delegado Filipe Borges Bringhenti.
Gisele Bündchen usou as redes sociais para agradecer o empenho da polícia em encontrar os criminosos que utilizam inteligência artificial para enganar as pessoas.
A Justiça bloqueou contas bancárias dos suspeitos, com valores que passam de R$ 200 milhões.
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