Como os idosos podem recuperar o bem-estar ideal


Quase um quarto dos adultos com 60 anos ou mais, que inicialmente relatou baixo bem-estar, recuperou seu estado ideal de saúde física e emocional em três anos, segundo estudo conduzido por Mabel Ho e Esme Fuller-Thomson, da Universidade de Toronto, e publicado no fim de setembro na revista PLOS One.
Segundo estudo canadense, quase um quarto dos adultos com 60 anos ou mais, que relatou uma baixa avaliação de bem-estar, recuperou a qualidade de vida num intervalo de três anos
Mariza Tavares
No meio científico, há um crescente interesse em compreender os fatores associados à resiliência e à plenitude ao longo da existência. Já não restam dúvidas de que diversos fatores modificáveis do estilo de vida podem preservar o bem-estar ideal, que é definido como alcançar uma sensação de qualidade nos aspectos físico, psicológico, emocional e social, independentemente da presença de doenças crônicas.
No entanto, poucos trabalhos investigaram os elementos que contribuem para o restabelecimento do bem-estar ideal na maturidade após um período de dificuldades. Ao analisar dados do Estudo Longitudinal Canadense sobre Envelhecimento, Ho e Fuller-Thomson examinaram as características de 8.332 idosos que não atendiam aos critérios de bem-estar ideal no começo da pesquisa. Três anos depois, quando foram novamente avaliados, os autores constataram que quase um quarto dos indivíduos havia recobrado a qualidade de vida.
Os participantes que já apresentavam bem-estar psicológico e emocional foram os mais propensos a se recuperar: eles tinham quase cinco vezes mais chances de alcançar o bem-estar ao final dos três anos do que aqueles que não apresentavam esse quadro inicialmente.
A prevalência do restabelecimento do bem-estar ideal também foi maior entre os participantes que, no início do estudo, eram mais jovens (tinham menos de 70 anos), estavam casados e se encontravam acima da linha da pobreza.
Em termos de saúde, ser fisicamente ativo, não fumar, não ter problemas de sono e não apresentar condições crônicas como obesidade, diabetes, artrite ou osteoporose eram fatores associados a maiores chances de reconquistar o bem-estar.
Como todos os cidadãos e residentes permanentes do Canadá têm acesso gratuito a serviços médicos, os resultados do levantamento provavelmente não se aplicam a países onde os serviços de saúde são restritos ou dependem de pagamento. “O que torna essa pesquisa poderosa é o lembrete de que a velhice pode ser gratificante, mesmo após períodos difíceis. Boa saúde é importante, mas também são importantes as pessoas, o significado e a alegria que temos em nossas vidas”, afirmou a primeira autora Mabel Ho, doutora pela Faculdade de Serviço Social Factor-Inwentash da Universidade de Toronto e pelo Instituto de Curso de Vida e Envelhecimento.
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