PM é atingida por tiro nas costas após ser atacada por bandidos no litoral de SP
Ronaldi Lins dos Santos foi condenado a 25 anos de prisão após ser julgado pelo júri popular em Santos, no litoral de São Paulo. Ele é acusado de atirar contra a policial militar Najara Gomes em frente a uma padaria da cidade, durante a Operação Escudo, deflagrada em 2023 na Baixada Santista (SP).
O caso aconteceu no dia 1º de agosto de 2023, no bairro Campo Grande. Na ocasião, Najara e outro policial foram surpreendidos por criminosos após estacionarem a viatura. Câmeras de monitoramento flagraram a ação que terminou com a policial baleada nas costas (assista no vídeo acima).
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Ronaldi, de 24 anos, foi preso no dia 17 de outubro de 2023, durante uma operação do 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) no Morro do São Bento. À época dos fatos, a corporação informou que ele estava em um carro, armado com uma pistola de uso restrito.
Ronaldi Lins dos Santos (à esq.) e a policial militar Najara Gomes (à dir.)
Polícia Militar
O julgamento começou por volta das 14h30 de quarta-feira (1º) e terminou aproximadamente 19h40 do mesmo dia. O homem foi ouvido perante o Tribunal do Júri, assim como as duas vítimas e testemunhas.
A advogada do acusado, Erika Damasceno, garantiu à equipe de reportagem que a defesa vai recorrer da decisão. O g1 tenta localizar as vítimas.
Sentença
De acordo com a sentença, assinada pelo juiz Alexandre Betini, os jurados acolheram a tese de dupla tentativa de homicídio qualificado contra os dois policiais e receptação [adquirir, receber, transportar ou ocultar produto de crime, sabendo de sua origem ilícita] referente a um carro envolvido no crime.
A decisão destacou as qualificadoras de motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, além dos agravantes do crime ter sido cometido contra autoridades e com uso de arma de fogo de uso restrito.
A pena ficou definida em 25 anos de reclusão em regime inicialmente fechado e pagamento de dez dias-multa. Ainda na sentença, Ronaldi foi absolvido da acusação de ter receptado outro veículo envolvido e de ter adulterado as placas dos dois carros citados acima.
Relembre o caso
Projétil foi encontrado próximo ao local que PM foi atingida no litoral de SP
Daniel Gois/ Reprodução g1
Conforme é possível ver nas imagens acima, o crime aconteceu por volta das 6h. Os dois policiais militares estavam em frente a uma padaria, enquanto a viatura estava estacionada na esquina entre as ruas Evaristo da Veiga com a Visconde de Cayru.
Os bandidos armados com fuzis e pistolas chegaram em um carro e atiraram em direção aos policiais. A cabo da PM Najara Gomes foi baleada nas costas e encaminhada para a Santa Casa de Santos.
O parceiro de farda, ao perceber que os criminosos voltariam para executá-la, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) à época dos fatos, se posicionou estrategicamente e os surpreendeu com disparos.
O quarteto armado fugiu e voltou a atacar no Morro do São Bento, a poucos quilômetros, onde baleou outro PM, desta vez na virilha. Novamente houve troca de tiros e um criminoso foi morto no local.
Outro acusado
Rogério do Nascimento Nunes, conhecido como ‘Assombrado’, sendo preso em Santos (SP)
Matheus Croce/TV Tribuna
Rogério do Nascimento Nunes, conhecido como “Assombrado”, também é acusado de envolvimento no ataque aos dois policiais militares, além de ser considerado mandante da morte do chefe do setor de identificação do Palácio da Polícia, Marcelo Gonçalves Cassola, em agosto de 2022.
Por meio de nota, o advogado do acusado, Fábio Menezes Ziliotti, explicou que ainda não há uma decisão judicial que determine a ida de Rogério para o julgamento popular.
“[Apesar da] insistência do Ministério Público em tentar atribuir responsabilidade a ele, e de bom alvitre ressaltar que, ao longo do processo, não se demonstrou nenhum elemento concreto da sua participação”, destacou o advogado.
Operação Escudo
O que se sabe sobre a morte de um policial da Rota em Guarujá e da Operação Escudo
A operação das polícias Civil e Militar teve início após a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, em 28 de julho de 2023. Na ocasião, o agente foi baleado durante patrulhamento em Guarujá.
Nos 40 dias de ação, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), 958 pessoas foram presas e 28 suspeitos morreram em supostos confrontos com policiais. Desde o início, instituições e autoridades que defendem os direitos humanos pediam o fim da operação.
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