VÍDEO: imagens mostram confronto da PF com garimpeiros ilegais na Terra Indígena Sararé


Imagens mostram confronto da PF com garimpeiros ilegais na Terra Indígena Sararé
Imagens de câmeras corporais dos policiais mostram o confronto com tiros de fuzil com garimpeiros ilegais que têm ligação com Comando Vermelho na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. (Veja vídeo acima).
O território se tornou um dos mais devastados do país e impactado pela exploração ilegal de ouro.
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Em um dos momentos é possível ouvir o policial dizer ao restante da equipe: “Respira. Respira. O pior já passou”. Em outro trecho, as equipes entram nos túneis do garimpo e encontram diversos galões de gasolina e kits de internet Starlink.
Ao todo, foram três confrontos em menos de uma semana. Na quinta-feira (25), agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que participam da operação, entraram em confronto com criminosos ligados ao Comando Vermelho.
Parte desse grupo é investigado, também, pela destruição provocada na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
No domingo (28) e na segunda-feira (29), a Polícia Fedral entrou em confronto com os garimpeiros na mesma região. Nenhum policial ficou ferido, apenas um homem e uma mulher, e foram socorridos. Esse último embate provocou a retirada de alguns garimpeiros do território.
À TV Centro América, o delegado Rodrigo Vitorino Aguiar, chefe da operação, explicou como funcionava a exploração ilegal no Garimpo do Cururu, região de serra dentro da Sararé.
“O sistema deles é o de minas, com grande quantidade de minas para romper as rochas e chegar até o ouro. Por essa razão, havia uma grande concentração de garimpeiros com grupos de facções”, afirmou.
Ele ainda disse que esses túneis são um risco para os próprios garimpeiros ilegais, porque foram feitos de forma rudimentar e eventualmente pode ocorrer desmoronamento.
Imagens mostram confronto da PF com garimpeiros ilegais na Terra Indígena Sararé
Arquivo pessoal
Outro ponto de conflito foi no Garimpo do 14, segundo os agentes. Há um ano, no mesmo lugar, outra equipe havia entrado em confronto com criminosos, e cinco morreram no local.
Nas buscas no território, os policiais e agentes encontraram túneis onde os criminosos se escondiam. No local, foi encontrado uma espécie de bunker recheado de cervejas e armamentos.
A ação ocorreu no âmbito da Operação Xapiri, deflagrada para combater o garimpo ilegal e efetuar a desintrusão de invasores, em andamento na Terra Indígena Sararé desde 1º de agosto de 2025.
Durante os últimos dois dias, a PF destruiu motores, geradores de energia, estruturas de apoio e túneis subterrâneos utilizados na extração ilegal. As equipes também apreenderam armas de fogo, munições, grande quantidade de explosivos, minério de ouro e mercúrio.
A operação coordenada pelo Ibama em parceria com Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Força Nacional, Gefron, Polícia Civil e Polícia Militar de Mato Grosso e Goiás cumpre uma determinação da Justiça Federal para expulsar os garimpeiros ilegais numa ação chamada de desintrusão, que não tem prazo para encerrar.
🔍 Desintrusão é um termo usado para explicar o processo de retirada de invasores de uma terra indígena demarcada e homologada. A operação é coordenada pelo governo federal junto com outras autoridades, como PF, Ibama e Funai.
Operação combate garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé em MT
Ibama
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Sararé
Dos 67 mil hectares, mais de três mil já foram devastados pela exploração ilegal de ouro.
Os agentes suspeitam que há cerca de dois mil garimpeiros e membros de organizações criminosas que atuam dentro do território indígena, o que gera conflitos armados.
Em quase dois meses de operação já foram destruídas na área mais de 160 escavadeiras, centenas de motores e estruturas diversas para suporte logístico das atividades ilegais.
Desde 2023, mais de 460 escavadeiras já foram neutralizadas durante ações de fiscalização em Sararé.
Garimpo ilegal avança na Terra Indígena Sararé no Mato Grosso.
Fábio Bispo/Greenpeace

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