Em parto raro de alto risco, gêmeas que compartilhavam mesma placenta e bolsa nascem em SC


Gêmea nasce em parto raro em Jaraguá do Sul
Hospital Jaraguá/Divulgação
👶👶Um parto raro chamou a atenção de profissionais do Hospital Jaraguá, em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina. As irmãs gêmeas compartilhavam a mesma placenta e bolsa amniótica, uma condição incomum e considerada de alto risco.
As meninas nasceram no dia 24 de setembro, por meio de cesariana agendada. Por serem prematuras, permaneciam na unidade de terapia intensiva até a tarde de quarta-feira (1º), segundo a última atualização do hospital.
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🤔A placenta faz a comunicação entre o corpo da mãe e o feto, facilitando a troca de nutrientes e oxigênio. Já a bolsa amniótica envolve e protege o bebê, e também ajuda na alimentação.
A gestação em que os gêmeos compartilham a mesma placenta e bolsa amniótica é chamada de monocoriônica e monoamniótica. Segundo a médica Érica Marques, que participou do parto, não há uma membrana que separe os bebês nesses casos, o que torna a gravidez mais delicada.
Essa condição envolve riscos importantes, como:
Entrelaçamento ou compressão dos cordões umbilicais, o que pode dificultar a oxigenação e levar à morte súbita dentro do útero;
Restrição de crescimento, já que os dois bebês dependem de uma única placenta para se desenvolver.
Por causa disso, o acompanhamento médico precisa ser rigoroso durante toda a gestação. A recomendação é que o parto seja programado para reduzir os riscos e garantir a segurança dos bebês e da mãe.
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Uma a cada 10 mil gestações
Marques explicou que o mais comum é que os gêmeos tenham duas bolsas e duas placentas, ou pelo menos duas bolsas, ainda que compartilhem a mesma placenta.
O caso de haver apenas uma bolsa é o que faz com que não haja uma membrana separando os dois fetos, e traz os riscos.
Segundo a médica esse tipo de gestação, de gêmeos compartilhando uma bolsa e uma placenta, corresponde a cerca de 2% das gestações de gêmeos. Considerando todas as gestações, ocorre em aproximadamente 1 a cada 10 mil.
“O acompanhamento deve ser muito rigoroso, com ultrassons seriados, internação antecipada em alguns casos e planejamento do parto antes da data prevista. A cesárea também exige uma equipe multiprofissional experiente e preparada”.
👶👶A separação da bolsa e placenta em caso de gêmeos acontece já nos primeiros dias após a fecundação, conforme a médica. Quando o óvulo é fecundado, ele pode se dividir em dois e formar gêmeos.
O momento exato dessa divisão é o que define se cada bebê vai ter sua própria placenta e bolsa, ou se eles vão compartilhar. No caso das bebês de Jaraguá do Sul, a divisão aconteceu um pouco mais tarde do que o habitual, em torno do décimo dia, e, por isso, elas acabaram ficando na mesma placenta e dentro da mesma bolsa.
A gestante pode descobrir uma situação de compartilhamento de placenta e bolsa normalmente já no primeiro trimestre, entre 11 e 14 semanas, por meio do ultrassom.
“É mais ou menos nessa fase que se identifica se os gêmeos dividem ou não a placenta e a bolsa amniótica. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o planejamento da gestação”, completou a médica.
No caso das gêmeas que nasceram em Jaraguá do Sul, tudo ocorreu bem. Elas são prematuras de 34 semanas de gestação. Geralmente, quando há apenas um bebê, o esperado é que ele nasça com mais de 37 semanas.
“Por ser uma situação rara, é sempre um desafio para a equipe médica, mas também muito gratificante, ao final do processo, ver que todo cuidado valeu à pena, o plantio gerou seus frutos. A sensação é realmente de emoção e de responsabilidade cumprida”, declarou a médica.
As gêmeas já têm uma irmã mais velha.
Em 30 anos, a incidência do nascimento de gêmeos aumentou em pelo menos 10% em mais de 70 países, de acordo com pesquisa de Oxford
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