Professor é encontrado morto em cova rasa no Acre; dois suspeitos são presos
O suspeito Victor Oliveira da Silva, de 27 anos, preso por envolvimento no assassinato do professor de zumba Reginaldo Silva Corrêa, em Epitaciolândia, no interior do Acre, disse à polícia que dormiu com o corpo de Reggis, como era conhecido, no próprio quarto na noite após o crime.
No depoimento, ele confessou ter matado e escondido o corpo do professor, encontrado nessa quarta-feira (1º) em uma cova rasa após seis dias desaparecido.
📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
Victor e sua vizinha, Marijane Maffi, foram presos em flagrante ainda na quarta. A audiência de custódia de ambos ocorreu na quinta (2) e foi concedida liberdade provisória a Marijane, com medidas cautelares e fiança de R$ 10 mil reais. Já para Victor, que confessou o crime, foi decretada a prisão preventiva.
Ainda conforme o relato do suspeito, ao qual o g1 teve acesso, Victor disse que teve um relacionamento com Reggis e o chamou até sua casa na noite de 29 de setembro para convencê-lo a retomar o vínculo. Contudo, o professor não queria mais manter a relação.
O depoimento relata que eles discutiram e o suspeito aplicou um ‘mata-leão’ que deixou Reggis desacordado. Ele alega ainda que pensou que o professor estava apenas desmaiado, mas depois notou que ele não tinha mais batimentos cardíacos.
“[…] o corpo de Reginaldo ficou dentro do quarto do interrogado até por volta das 9h do dia 26/09/2025”, afirma o depoimento.
LEIA TAMBÉM:
Família procura homem que desapareceu após sair para fazer entrega no interior do Acre
Morte de professor encontrado em cova rasa causa comoção no Acre: ‘Ser humano único’
Victor Oliveira da Silva, de 27 anos, monitorado da Justiça, confessou ter assassinado e enterrado professor Reginaldo Silva Correa
Reprodução
Vizinha ajudou a levar carro
Professor do AC que sumiu ao sair para fazer entrega é encontrado morto após 6 dias
Em seu depoimento, o suspeito também disse que, cerca de 30 minutos depois do crime viu Marijane chegar em casa e teve a ideia de pedir que ela levasse o carro do professor para longe dali.
Conforme o suspeito, ele disse à Marijane que estava vendendo o veículo e que tinha um comprador na Bolívia. Ele ofereceu dinheiro a ela para que levasse o carro ao suposto comprador, mas a vizinha disse que ajudaria sem necessidade de pagamento.
Victor afirmou que dormiu por volta das 1h do dia 26 e que, quando Marijane saiu para levar o carro de Reggis, pela manhã, ele foi até à casa da mulher para pegar ferramentas que utilizou para, sozinho, abrir a cova onde enterrou o corpo. Segundo a Polícia Civil, o corpo foi localizado em uma cova rasa no terreno entre sua casa e a da vizinha.
“Na minha cabeça eu só tinha a intenção de me livrar daquilo ali”, relatou o suspeito.
Reginaldo Silva Corrêa, conhecido como Reggis
Arquivo pessoal
O crime
Natural de Cuiabá, no Mato Grosso, Reginaldo Silva Corrêa, de 44 anos, foi encontrado morto em uma área de mata na última quarta (1º) após ficar seis dias desaparecido. Ele sumiu após sair para fazer uma entrega na noite de 25 de setembro. A família registrou um boletim de ocorrência na segunda (29) após não conseguir mais contato com ele.
O carro dele foi localizado no dia 30 de setembro em um ramal próximo à Villa Rosário, cerca de 16 km de Cobija, com apenas a chave e nenhum outro pertence do professor.
Amigos e familiares prestaram homenagens à vítima. Ao g1, Sâmia Valéria Passigatti, amiga de Reginaldo, lamentou a perda do professor, sobretudo por deixar uma filha de apenas 6 anos.
“Quem o conheceu sabe que ele era um ser humano único, muito querido por todos. Para trabalhar íamos à Rio Branco sempre juntos. Era um super pai que amava a filha mais que tudo nessa vida, a existência do Regis era resumida a filha dele. É uma perca irreparável”, disse emocionada a amiga.
Prefeituras e Sebrae manifestaram pesar pela morte de Reggis por meio de uma rede social
Reprodução
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae, onde Reginaldo trabalhava, publicou uma nota de pesar. “Os conselheiros e colaboradores do Sebrae/AC manifestam seu profundo pesar pelo falecimento do agente territorial que prestava serviço à instituição em Brasiléia”, afirmou.
Com muitos amigos no setor cultural, Reggis também recebeu homenagens da Federação de Cultura Elias Mansour (FEM). “Aos familiares e amigos, a FEM manifesta total solidariedade diante da grande perda”, disse a publicação.
As cidades de Brasiléia e Epitaciolândia, onde Regis, respectivamente, foi servidor municipal e morador, também lamentaram o falecimento dele.
“Que Deus conforte a família, amigos e colegas neste momento de dor, e que as boas lembranças sempre ilustre nossos pensamentos”, citou a prefeitura de Brasiléia.
Em publicação, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre (Federacre), afirmou que Reginaldo deixa uma “perda irreparável. Que sua memória permaneça viva”. A Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa), órgão ligado a entidade também compartilharam a homenagem.
Reveja os telejornais do Acre