Ministério da Saúde registra 59 casos suspeitos de metanol
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) expediu, nesta sexta-feira (3), uma recomendação para que órgãos de saúde do estado e de Manaus adotem medidas de prevenção contra a entrada e a circulação de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no Amazonas. O documento orienta a intensificação das fiscalizações, a preparação da rede hospitalar e a realização de campanhas de alerta à população.
A medida foi expedida pela 58ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos à Saúde Pública (PRODHSP) no âmbito de um procedimento administrativo instaurado após registros recentes de mortes e internações em outros estados do país por intoxicação causada pelo consumo de metanol.
Segundo a promotora de Justiça Luissandra Chíxaro de Menezes, a iniciativa surgiu após reunião realizada no início da semana para discutir formas de prevenção.
“Instauramos procedimento administrativo e expedimos recomendação para que as secretarias de saúde e os órgãos de vigilância sanitária intensifiquem as fiscalizações, preparem a rede de atendimento e orientem os profissionais sobre protocolos de diagnóstico e tratamento”, afirmou.
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Riscos e orientações
O MPAM destacou que o consumo de metanol pode causar cegueira, danos neurológicos irreversíveis e até a morte. Por isso, considera o tema uma prioridade de saúde pública.
Entre as medidas recomendadas estão:
Fiscalizações intensificadas da Visa Manaus e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP) em bares, restaurantes, distribuidoras, supermercados e serviços de delivery de bebidas;
Coleta e análise laboratorial de amostras para identificar possíveis adulterações;
Preparação da rede de saúde, com protocolos de diagnóstico e tratamento específicos, além da disponibilidade do antídoto adequado nos hospitais de referência;
Campanhas de comunicação com orientações e alertas à população, reforçando os riscos de consumir bebidas de origem duvidosa.
“Recomendamos que seja feita uma campanha de alerta à população sobre os riscos do consumo dessas bebidas que não sejam adquiridas em estabelecimentos formais e seguros”, reforçou a promotora.
Interior do Amazonas
A recomendação também determina que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) estenda as ações a todos os municípios do interior, de forma a garantir que não apenas a capital, mas também as cidades mais distantes sejam contempladas.
Os órgãos notificados têm prazo de 15 dias para informar ao MPAM se acataram a recomendação e apresentar relatório com as providências adotadas. O Ministério Público acompanhará o cumprimento das medidas.
Bebidas destiladas são a maioria dos produtos contaminados com metanol, segundo as autoridades sanitárias
Reprodução/TV Globo