Agricultor retira pedra de 5 cm do rim após 4 anos com dor em RR: ‘sem entender como aguentei’


Agricultor Ariones Melo da Silva, de 47 anos, teve uma pedra de 5 centímetros retirada do rim em Boa Vista.
Nalu Cardoso/g1 RR
Um agricultor de 47 anos teve uma pedra de cinco centímetros retirada de um dos rins em uma cirurgia, em Boa Vista. Ariones Melo da Silva passou pelo procedimento no Hospital Geral de Roraima (HGR) e disse ter ficado surpreso com o tamanho do cálculo renal.
“O pessoal começou a tirar foto da pedra, os médicos, enfermeiros, acompanhantes, pacientes. Todo mundo ficou assustado. Mas assustado mesmo estava eu, sem entender como consegui aguentar esse tempo todo”, disse o agricultor.
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O cálculo renal pesa 66 gramas e foi guardado pelo o agricultor. Segundo Ariones, ele conviveu por quatro anos com dores fortes ao urinar. Nesse período, buscou atendimento diversas vezes na Policlínica Cosme e Silva, no bairro Pintolândia, mas relata que não recebeu encaminhamento para exames.
“Já tinha ido mais de 30 vezes ao Cosme e Silva, mas nunca fizeram exame, me davam remédio para infecção urinária. O médico falou que não tinha como quebrar com aparelho, tinha que tirar”.
A pedra só foi descoberta na noite anterior à cirurgia, no dia 23 de setembro, segundo o agricultor. Ariones não conseguia urinar e sentia muita dor. Ele foi levado ao HGR, onde uma tomografia revelou a pedra no rim.
“O médico disse que a pedra era tão grande que faltava pouco para ter o tamanho do próprio rim”, afirmou.
O agricultor recebeu alta no domingo da mesma semana, no dia 28 de setembro. Mas, na última terça-feira (30), passou por um susto: um material de látex começou a sair pelo local dos pontos da cirurgia.
Paciente em Roraima disse que não foi informado sobre o dreno de penrose.
Arquivo pessoal
“Eu achei que era uma luva. Saí do hospital sem nenhuma orientação. Comecei a sentir dor, inchaço e vi uma borracha saindo. No hospital, depois me explicaram que aquilo era um dreno”.
A “luva” era um dreno de penrose, utilizado para escoar secreções e evitar complicações após cirurgias. O material foi retirado no dia 2 de outubro, cerca de uma semana depois do procedimento cirúrgico. Segundo Ariones, ele não foi informado sobre a presença do dreno.
“No dia que eu peguei alta [a médica responsável] não me avisou nada. Na realidade, nem falou comigo, quem levou os papéis foi uma enfermeira”.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau) afirmou que o caso não tem relação com negligência médica. A pasta informou que o agricultor foi atendido no Pronto Socorro Francisco Elesbão do HGR, passou por atendimento médico especializado com urologista e recebeu alta.
O agricultor mora em Novo Passarão, zona rural de Boa Vista. Ele conta que teve muitos gastos com as viagens para o hospital e não deve trabalhar até se recuperar da cirurgia. “Cada pessoa só para vir [até Boa Vista] é R$ 100. Imagina a gente ficar sem trabalhar e ter esse gasto, fora com remédios. Isso pesa muito”.
Agora em recuperação, Ariones conta que ir ao banheiro virou motivo de alívio e brincadeira em casa. “Meu filho até falava para a mãe: ‘Cadê o pai?’ e ela dizia: ‘Foi gritar no banheiro’. Hoje eu corro para ir logo, e ele ri”.
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Cálculo nos rins
Cálculo renal, ou pedra nos rins, é uma formação endurecida nos rins ou nas vias urinárias por conta do acúmulo de cristais existentes na urina. As pedras costumam começar pequenas, do tamanho de um grão de areia, mas podem crescer e variar em forma e tamanho.
O problema atinge cerca de uma em cada dez pessoas. As pedras geralmente se formam a partir de cálcio e oxalato, substâncias que passam do sangue para a urina. Quando estão em excesso, podem cristalizar e se acumular.
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