Bebidas destiladas são a maioria dos produtos contaminados com metanol, segundo as autoridades sanitárias
Reprodução/TV Globo
O segundo caso suspeito de intoxicação por metanol no Distrito Federal segue em investigação, de acordo com a Secretaria de Saúde (SES-DF) e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF). A pasta informou que o paciente é um homem de 47 anos, que foi transferido para a UTI do Hospital de Base (HBDF), neste sábado (4), depois de sofrer um AVC.
O primeiro atendimento do paciente foi na madrugada desta sexta-feira (3), na UPA de Brazlândia. Ele chegou à unidade de atendimento já em estado grave, recebeu atendimento imediato e em seguida, regulado para uma unidade de terapia intensiva (UTI).
De tarde, ele foi transferido para a UTI do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), e após a realização de exames complementares, foi constatado que o paciente desenvolveu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico extenso, condição que explica o seu estado gravíssimo.
Neste sábado (4), o paciente foi transferido para a UTI do Hospital de Base, que é unidade referência em neurologia, onde segue internado e recebendo acompanhamento multiprofissional especializado.
Segundo a pasta, todos os casos suspeitos de intoxicação por metanol serão notificados à Secretaria de Saúde (SES-DF), responsável pelo controle e monitoramento de ocorrências no DF.
Polícia Civil descarta intoxicação por metanol em bebidas consumidas por Hungria
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil do Distrito Federal divulgou que exames descartaram a presença de metanol nas garrafas de bebidas consumidas pelo rapper Hungria no Distrito Federal, na madrugada de quinta (2).
O artista foi o primeiro caso suspeito em Brasília. Horas depois de consumir bebida alcóolica, ele deu entrada no hospital DF Star, com sintomas similares aos de intoxicação por metanol.
O cantor também havia consumido bebida alcoólica durante viagem a São Paulo no último fim de semana. Ele fez shows em cidades do interior na sexta, no sábado e no domingo.
Segundo o boletim médico divulgado na manhã deste sábado, Hungria “segue internado na unidade de terapia intensiva, mantém boa evolução clínica, tendo sido suspensa a hemodiálise”.
Os lotes das bebidas consumidas em SP e no DF seguem em investigação.
A casa noturna do show de domingo (28) em São Bernardo do Campo e a distribuidora onde Hungria comprou bebidas no DF, na quarta (1º), foram interditadas preventivamente e também são investigadas.
Além da perícia nas bebidas e nos pontos de venda, exames de sangue do próprio rapper também foram coletados para confirmar a intoxicação por metanol.
O resultado dos exames hospitalares, no entanto, só deve sair na próxima semana.
A investigação policial no DF é comandada pela Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial, dentro da Coordenação de Repressão a Fraudes (Corf) da Polícia Civil.
O que acontece no corpo após beber metanol?
🕒Até 12 horas: sintomas discretos e enganosos
Náuseas, dor abdominal, tontura e dor de cabeça — semelhantes à embriaguez comum.
Falsa sensação de melhora pode retardar a busca por atendimento.
O fígado começa a metabolizar o metanol em formaldeído e ácido fórmico.
Exames já podem indicar acidose metabólica e aumento do osmolar gap.
🕒 Entre 12 e 24 horas: olhos e cérebro começam a sofrer
Surgem sintomas visuais: visão borrada, fotofobia e “chuva de pixels”.
O ácido fórmico afeta a retina e o nervo óptico, podendo causar cegueira.
Instala-se a acidose metabólica: respiração acelerada, fraqueza e confusão mental.
🕒 Até 48 horas: risco de cegueira irreversível e falência múltipla
O sistema nervoso central é atingido: convulsões, coma e arritmias cardíacas.
A perda visual pode se tornar permanente.
Evolução para falência de órgãos: coração, pulmões e rins entram em colapso.
Risco elevado de morte, mesmo com tratamento intensivo.
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
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