Intoxicação por metanol: bares de Campinas notam mudança no comportamento dos clientes
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), os casos de consumo de bebidas adulteradas por metanol deve levar os clientes a substituir destilados por outras opções alcoólicas. E essa mudança de comportamento já pode ser observada em Campinas (SP).
André Mandetta, presidente da Abrasel na metrópole, afirma que ainda não há impacto significativo nas vendas. Para ele, o mais provável é que o consumidor substitua os drinks por cerveja ou bebidas menos suscetíveis à contaminação.
“Para os empresários, recomendamos que comprem bebidas somente com nota fiscal. Verificar se o preço está condizente com o mercado, duvidar de produtos muito baratos. E comprar de fornecedores confiáveis”, diz André.
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Um exemplo dessa mudança é Laíza Tonello, instrutora de pilates, que decidiu parar de consumir álcool. “Eu ia pedir um gin, que gosto bastante, mas acabei optando pelo sem álcool”, conta.
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Por outro lado, bares e restaurantes temem pela credibilidade dos próprios negócios diante do aumento de casos de contaminação por metanol.
Bruna Santos, gerente de um bar em Campinas, afirma que já é possível notar mudanças no comportamento dos clientes. Apesar de o foco do bar ser a cerveja, ela diz que houve queda no consumo de drinks alcoólicos.
“O que a gente quer passar para o cliente é que ele pode tomar o seu destilado sem preocupação. Nós temos as notas fiscais para apresentar. E essa é a nossa segurança aqui hoje”, diz Bruna.
Consumo de álcool
Isabella Mendes/Pexels
O que é o metanol e por que ele oferece risco à saúde
Diferentemente do etanol — que está presente nas bebidas alcoólicas comuns —, o metanol não é seguro para consumo humano. Sem cheiro, cor ou sabor característicos, pode ser misturado ilegalmente a bebidas sem que o consumidor perceba.
Quando ingerido, o organismo o processa o metanol no fígado, onde se transforma em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico.
Os efeitos aparecem rapidamente: visão borrada, tontura, dor abdominal, respiração acelerada e, em casos mais graves, cegueira irreversível, falência de órgãos e morte.
A gravidade depende da quantidade ingerida e da rapidez do atendimento médico, já que o tratamento é considerado uma corrida contra o tempo.
Na última semana, diferentes estados registraram suspeitas de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas.
Diante do aumento de ocorrências, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para coordenar as ações com Anvisa, vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, além de órgãos como Ministério da Justiça e Ministério da Agricultura.
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
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