VÍDEO: Cadela adotada por família auxilia no controle de alterações glicêmicas da tutora com diabetes


Cadela auxilia no controle de alterações glicêmicas de tutora de 11 anos com diabetes
Kiara, uma Border Collie de três anos, está em processo de treinamento para se tornar um cão de alerta médico em Santa Maria, na Região Central. Adotada por mãe e filha em janeiro de 2023, após dificuldades de adaptação com outros cães em uma propriedade rural, Kiara encontrou um novo lar e passou a ser treinada para auxiliar no controle da diabetes melittus tipo 1 (DM1) da tutora Maria Luíza, de 11 anos.
Segundo Ana Kátia Karkow, mãe de Maria e responsável pelo adestramento, a cadela desenvolveu uma forte conexão com a menina e começou, de forma instintiva, a identificar episódios de hipo e hiperglicemia, ou seja, alterações nos níveis de glicose no sangue.
“Elas se tornaram muito próximas e têm sido companheiras desde então”, conta Ana Kátia.
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A família buscou apoio de adestradores em ONGs e entidades internacionais, mas não obteve sucesso. Por isso, há cerca de seis meses, decidiu iniciar o treinamento em casa, utilizando a técnica de reforço positivo, que recompensa comportamentos desejados com petiscos ou carinho.
Em vídeos compartilhados pela tutora, Kiara aparece inquieta enquanto a mãe monitora, à distância, as alterações glicêmicas da filha por meio de um sensor de monitoramento contínuo.
“O primeiro sinal é quando ela se aproxima de mim ou de alguém próximo e bate com a patinha na perna, sinalizando que algo não está bem. Percebemos, pela forma como ela começa a farejar o ar, que está identificando alguma alteração. Depois, ela bate com a patinha novamente e, se não tomamos uma ação, começa a latir”, relata a mãe.
Cadela auxilia no controle de alterações glicêmicas da tutora de 11 anos com diabetes
Reprodução/ Arquivo pessoal
Na medicina veterinária
A médica veterinária Brenda Euzebio explica que já existem estudos sobre cães capazes de farejar células neoplásicas, identificando o câncer antes de sua disseminação, por exemplo.
“Na medicina veterinária, por exemplo, a cetose diabética é uma evolução mais grave da diabetes, e o paciente apresenta um cheiro diferente. Nós, veterinários, conseguimos perceber isso, e o cão farejador detecta muito antes”, afirma.
Segundo a veterinária, o olfato dos cães é uma ferramenta poderosa, e o sucesso do treinamento depende de fatores como temperamento, raça e estímulo precoce.
“Existem raças mais adequadas para esse tipo de trabalho. Os cães policiais, por exemplo, são selecionados com 45 dias de vida, quando já conseguimos identificar se são aptos para a função”, explica Brenda.
Atualmente, Kiara integra a Associação Formigas de Santa Maria, que reúne pais, apoiadores e pessoas com diabetes mellitus tipo 1. A entidade busca alternativas para tratamentos mais eficazes, promove educação e políticas públicas de proteção aos pacientes, além de incentivar a aproximação entre cães e pessoas interessadas em adoção.
Maria Luíza conta que o treinamento também foca na socialização da cadela.
“Estamos trabalhando para que ela não fique muito ansiosa nem reativa com as pessoas no dia a dia. Porque, se eu for viajar, ela vai comigo. Se eu for para a sala de aula, para a escola, ela também vai ter que ir. E são lugares bem agitados”, relata a menina.
Segundo as tutoras, a expectativa é que o treinamento seja concluído até o final do ano, permitindo que Kiara se acostume com ambientes movimentados e continue identificando alterações glicêmicas em outras pessoas.
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