Fachada do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre
Diogo Zanatta/Especial
Dois técnicos de enfermagem foram presos preventivamente pela Polícia Civil, na segunda-feira (13), por suspeita de cometer crime sexual contra uma paciente de 39 anos no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre.
Um dos técnicos é suspeito de tocar na vítima após mentir sobre a necessidade de um exame íntimo. O outro teria acobertado o fato. Os suspeitos não tiveram os nomes divulgados.
O abuso teria acontecido no dia 22 de julho, data em que a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher iniciou a investigação que culminou nas prisões preventivas.
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A vítima disse ter estranhado o exame íntimo feito por um técnico de enfermagem, de 31 anos, e procurado o chefe do setor, de 55, sem saber que ele seria o comparsa.
“No primeiro momento, ela comunicou ao segundo autor dos fatos, que era o responsável pela paciente. E ele tentou desconversar, tentou abafar a situação, mas a vítima, ainda assim, suspeitando que tinha algo errado, levou ao conhecimento de outros profissionais do hospital. Aí, sim, iniciaram a investigação, verificaram as câmeras e viram quem tinha entrado no quarto da vítima e praticado os supostos atos sexuais”, explica a delegada Thaís Dias de Quebech.
O Hospital Ernesto Dornelles afirma que “tão logo teve conhecimento da denúncia, prestou atendimento imediato e acolhimento integral à paciente e sua família”. A instituição acrescenta que os técnicos foram desligados. Leia abaixo a íntegra
O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) informa que acompanha o caso e que a situação vem sendo analisada. Ainda não há abertura de processo ético-disciplinar. Saiba mais abaixo
As prisões são pelo crime de violação sexual mediante fraude, determinadas pela 2ª Vara Regional de Garantias. O juiz entendeu que havia risco da continuidade delitiva e por isso decretou a prisão.
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Nota do Hospital Ernesto Dornelles
“Nota de Esclarecimento
O Hospital Ernesto Dornelles informa que, tão logo teve conhecimento da denúncia, prestou atendimento imediato e acolhimento integral à paciente e sua família. Por iniciativa da Instituição, em conjunto com a família, promoveu-se o competente registro da ocorrência junto às autoridades competentes, visando a elucidação e investigação policial. Os empregados envolvidos foram sumariamente desligados do Hospital. Segue colaborando com as investigações, que devem ocorrer sob sigilo e com rigor ético, visando à segurança e a não exposição da paciente.
Com 63 anos de atuação a serviço da comunidade gaúcha, desde sua inauguração em 30 de junho de 1962, o Hospital Ernesto Dornelles tem como missão proporcionar assistência integral e qualificada à saúde, buscando ser referência médico-hospitalar com gestão autossustentável. Nossa essência é pautada pela ética, pela segurança do paciente, pela humanização do cuidado, pela responsabilidade social e pela melhoria contínua dos processos assistenciais.
Reafirmamos a proteção incondicional aos pacientes, a integridade de nossos processos assistenciais e a responsabilidade de apurar os fatos com transparência e respeito a todos os envolvidos.
Seguimos com tolerância zero a condutas incompatíveis com nossos valores, aperfeiçoando protocolos, fortalecendo rotinas de prevenção e capacitando continuamente as equipes. Permanecemos à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários e, dentro do que a lei permite, dos familiares diretamente envolvidos.
Nota do Coren-RS
“O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) informa que acompanha, desde 27 de julho, o caso envolvendo dois técnicos de Enfermagem do Hospital Ernesto Dornelles, após o recebimento de denúncia sobre o ocorrido. Desde então, a situação vem sendo analisada pelo Conselho e tramita sob sigilo, conforme determinam os procedimentos legais e ético-disciplinares.
A denúncia poderá resultar na abertura de um processo ético, no qual os profissionais serão julgados dentro do devido processo legal, com garantia de ampla defesa e do contraditório. Nesses casos, a legislação prevê sanções que podem variar de advertência até a cassação do direito ao exercício profissional.
O Coren-RS reafirma seu compromisso em defender a ética na Enfermagem e a proteção da sociedade, conduzindo todas as apurações de forma responsável.”
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