Transporte público verde: o que falta para os ônibus elétricos serem maioria no Brasil?


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💩 No final do século XIX, Londres vivia a chamada crise do esterco. As ruas da cidade estavam tomadas pelo cocô dos cavalos que moviam as charretes. As previsões eram catastróficas: se nada fosse feito, as pilhas de esterco poderiam chegar a três metros de altura.
🚗 A solução veio com uma inovação tecnológica – o automóvel.
Mais de cem anos depois, o planeta enfrenta uma crise diferente, agora global: a climática. A queima de combustíveis fósseis em carros, caminhões e ônibus é uma fonte relevante das emissões de dióxido de carbono no mundo.
🔌Para reduzir as emissões de poluentes, a eletrificação do transporte público é uma tendência no Brasil e no mundo.
Mas, para ganhar escala no país, essa transição ainda enfrenta grandes desafios. De acordo com o estudo “Impulso à adoção de ônibus elétricos no Brasil”, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os principais obstáculos são:
Custo: ainda que a energia e a manutenção dos ônibus elétricos sejam mais baratas do que as dos a diesel, o preço de compra é bem mais alto. Hoje, um ônibus elétrico pode custar de três a cinco vezes mais do que um modelo a diesel equivalente.
Infraestrutura: só trocar os veículos não é suficiente. A implementação dos ônibus elétricos exige um redesenho completo do sistema: pontos de recarga, rede elétrica reforçada, novos planos de linhas. O estudo do BNDES destaca que, em muitas cidades, o principal gargalo é conectar as garagens à rede elétrica.
O modelo de negócio: o modelo tradicional das concessões de transporte – em que o operador compra, mantém e opera a frota – não costuma suportar investimentos tão altos. Por isso, novas formas de financiamento vêm sendo testadas, como Parcerias Público-Privadas ou arrendamento da frota – quando empresas especializadas compram os veículos e os alugam às operadoras.
Prefeitura de SP entrega nova frota de ônibus elétricos
Divulgação/Prefeitura de São Paulo
🚎 Onde já está funcionando?
Shenzhen, na China, foi a primeira cidade do mundo a ter 100% da frota elétrica. A transição levou anos, contou com planejamento integrado e forte subsídio governamental.
Na América do Sul, Santiago, capital do Chile, e Bogotá, na Colômbia, são referências na frota elétrica.
As duas adotaram o modelo de arrendamento de frota, o que reduziu o risco financeiro para as operadoras e acelerou a substituição dos veículos.
E no Brasil?
O país ainda está bem distante desse cenário. Mesmo com iniciativas pelo Brasil, apenas cerca de 0,3% da frota nacional é elétrica, de acordo com o BNDES.
São Paulo tem a maior frota elétrica do país. Segundo a SPTrans, há 961 ônibus elétricos em circulação, o equivalente a cerca de 6% da frota.
Ainda que pequena, a frota elétrica da capital paulista evita a emissão de cerca de 84 mil toneladas de CO₂ por ano.
➡️ De acordo com o estudo, a adoção em escala vai depender de coordenação entre municípios, governos estaduais, União, fabricantes e distribuidoras de energia – e de modelos financeiros que viabilizem a troca da frota sem repassar custos ao passageiro.
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