Shutdown nos EUA: Trump exige que controladores aéreos voltem ao trabalho ‘agora’; 1.600 voos foram cancelados nesta segunda


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Samuel Corum/Getty images via APF
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu nesta segunda-feira (10) que todos os controladores de tráfego aéreo retornem ao trabalho, apesar de não estarem recebendo seus salários devido à paralisação do governo, e ameaçou punir economicamente aqueles que não o fizerem.
“Todos os controladores de tráfego aéreo devem retornar ao trabalho, AGORA!!! Qualquer um que não o fizer terá uma redução substancial no salário”, escreveu o presidente em sua plataforma Truth Social.
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Mais de 1,6 mil voos domésticos no país foram cancelados e mais de 3 mil sofreram atrasos nesta segunda-feira. As companhias aéreas começaram na sexta-feira a aplicar reduções graduais no fluxo aéreo impostas pelo governo, e milhares de voos já foram afetados.
A preocupação é que o caos nos aeroportos dos EUA visto desde sexta-feira piore ao longo dos próximos dias à medida em que o shutdown se estende e o Dia de Ação de Graças se aproxima. O feriado, que cai em 27 de novembro, é uma das datas mais importantes dos EUA e tem o maior fluxo aéreo no país.
A Administração Federal de Aviação (FAA) ordenou um corte de 4% nos voos desta sexta-feira em 40 grandes aeroportos. A redução deve subir para 10% até 14 de novembro. Duffy disse na sexta-feira que pode determinar cortes de até 20% nos voos conforme a paralisação do governo for se estendendo.
“Só vai piorar. Nas duas semanas antes do Dia de Ação de Graças, vocês verão o transporte aéreo ser reduzido ao mínimo. Há muitas pessoas que querem voltar para casa para o feriado, querem ver suas famílias, querem celebrar este grande feriado americano (…) muitos deles não vão conseguir embarcar em um avião, porque não haverá tantos voos disponíveis se o governo não voltar a funcionar”, disse Duffy em entrevista à rede CNN Internacional.
Durante os 38 dias de paralisação, 13 mil controladores e 50 mil agentes de segurança trabalharam sem salário. A ausência crescente tem afetado as operações. Muitos controladores foram avisados na quinta-feira (6) que não receberiam pagamento pela segunda quinzena seguida.
O governo Trump tenta pressionar democratas no Congresso a aprovar o orçamento republicano que permitiria reabrir o governo. A possibilidade de grandes interrupções no setor aéreo faz parte dessa pressão.
Já os democratas dizem que os republicanos são responsáveis pelo impasse por se recusarem a negociar a extensão dos subsídios de saúde.
Duffy disse a jornalistas que pode exigir cortes de até 20% se a situação piorar e mais controladores faltarem ao trabalho. “Eu avalio os dados”, afirmou. “Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo.”
Veja abaixo quais são os 40 aeroportos dos EUA que estão sofrendo cortes nos voos:

Caos nos aeroportos
Voo da Alaska Airlines decola do Aeroporto Internacional de Los Angeles, em 6 de novembro de 2025.
REUTERS/Mike Blake
Os cortes começaram às 8h (horário de Brasília) de sexta-feira e incluem milhares de voos das quatro maiores companhias aéreas — American, Delta, Southwest e United. A redução deve subir para 6% na terça-feira (11) e chegar a 10% até 14 de novembro, caso a paralisação continue.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, publicou a foto de um painel de voos cheios de cancelamentos. “O shutdown republicano parou os EUA — bem na época de fim de ano!”, escreveu.
No início da semana, o administrador da FAA, Bryan Bedford, disse que entre 20% e 40% dos controladores têm faltado ao trabalho diariamente.
American Airlines diz que novos cortes serão “problemáticos”. O CEO da empresa, Robert Isom, afirmou que não espera um impacto significativo imediato para passageiros com as reduções ordenadas pelo governo, mas disse que o efeito tende a aumentar.
A American informou à Reuters que cancelou 220 voos nesta sexta-feira, afetando 12 mil passageiros, e que conseguiu realocar a maioria em poucas horas. Menos voos devem ser cortados no fim de semana, quando o volume programado cai.
A United disse que metade dos passageiros afetados conseguiu ser realocada em até quatro horas. A empresa cancelou 184 voos nesta sexta e prevê cortar 168 no sábado (8) e 158 no domingo (9).
Duffy havia anunciado na quarta-feira que os cortes seriam de 10% já nesta sexta. Mas a FAA decidiu começar com 4% para reduzir o impacto.
Segundo Duffy, dados de segurança motivaram a decisão, incluindo registros de aeronaves que não mantiveram distância adequada e incursões em solo.
A FAA também está restringindo lançamentos espaciais, e autoridades afirmam que podem cortar até 10% dos voos de aviação privada em aeroportos de grande movimento. Voos internacionais não são afetados.

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