Estudo revela ‘ilhas de calor’ e sugere plantio de 128 mil árvores para aliviar ‘calorão’
Um levantamento revelou que São José do Rio Preto (SP) tem 16,6% da área urbana com sombra, sendo que o mínimo deveria ser de 20%, e sugere o plantio de 128 mil árvores nas regiões mais quentes da cidade para alcançar uma cobertura ideal.
O município enfrenta altas temperaturas devido ao excesso de asfalto e pouca sombra nas ruas, o que cria as chamadas “ilhas de calor”. As regiões mais quentes superam os 32ºC.
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🔥A ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre em áreas urbanas onde as temperaturas de uma área são superiores às do entorno e das áreas naturais ou rurais.
Para criar um plano de arborização, o estudo técnico, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), começou a ser executado no início do ano passado.
Para isso, os pesquisadores usaram imagens de satélite com análise em softwares de geoprocessamento. O levantamento atingiu 98% de precisão e permitiu mapear as ruas onde faltam árvores.
O relatório ainda mostra uma pesquisa do Serviço Florestal Norte Americano, que concluiu que uma única árvore tem o efeito equivalente a quatro aparelhos de ar-condicionado ligados por 20 horas.
Além disso, cada metro quadrado de asfalto sombreado por árvores representa uma economia de R$ 15 em 30 anos com manutenção. No total, a cidade poderia poupar cerca de R$ 6 milhões por ano com arborização adequada.
Com a pesquisa foi possível concluir que Rio Preto tem baixa diversidade de espécies: 60% das árvores de calçada são oitis. As zonas mais críticas ficam na região central, norte e leste, que inclui bairros como:
Eldorado;
Vila Toninho;
Solo Sagrado;
Jardim Yolanda.
E na prática?
Engenheiro agrônomo da Secretaria do Meio Ambiente de Rio Preto (SP), Otton Garcia de Arruda
Reprodução/TV TEM
A gestão atual da Secretaria do Meio Ambiente informou que a cidade tem de 500 a 600 mil árvores em vias públicas, o que justifica o baixo índice de sombra nas ruas.
À TV TEM, o engenheiro agrônomo da Secretaria do Meio Ambiente, Otton Garcia de Arruda, explicou a importância sobre o incentivo ao plantio e, principalmente, à diminuição da poda de árvores com a promoção da conscientização ambiental.
“O índice é abaixo do que a gente precisa para que comece a impactar diretamente no nosso meio ambiente. Foi constatado que nós temos muitas árvores, mas que sombreiam pouco. Precisamos ampliar a área de sombra das nossas árvores, precisam ter copa efetiva”, reflete o engenheiro.
A gestão prevê o plantio de pelo menos 33 mil árvores até 2028, número que equivale a 74,2% a menos do necessário para atingir o ideal. A criação oficial do plano depende de um decreto municipal, que regulamenta o reconhecimento e proteção das árvores.
Além do plantio, a ideia é que o plano incentive o plantio de árvores de grande porte, frutíferas de sombra, como lichieiras, em áreas públicas e privadas, além da diversificação das espécies para evitar pragas e doenças.
Academia ao ar livre na Represa Municipal de Rio Preto (SP)
Renato Pavarino/g1/Arquivo
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