Indígena morto em ataque armado é velado em comunidade em MS

Ataque ocorreu no fim da madrugada de domingo (16).
O corpo de Vicente Fernandes Vilhalva Kaiowá, de 36 anos, morto durante um ataque armado no domingo (16) na Terra Indígena Iguatemipeguá I, em Iguatemi (MS), chegou à comunidade durante a madrugada desta segunda-feira (17) e é velado desde as primeiras horas da manhã.
O indígena deixa esposa, um bebê de menos de um ano, uma filha mais velha e trabalhava na roça para sustentar a família.
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Segundo Claudencia Solano Lopes, 36 anos, representante da comunidade e moradora há 17 anos, Vicente vivia na área há pouco mais de um ano. Ela conta que a retomada reunia mais de 40 pessoas. Dos 12 barracos montados, 10 foram incendiados logo após o ataque que terminou na morte do indígena.
Como foi o ataque
Indígena Vicente foi morto durant ataque em comunidade de Iguatemi (MS)
Claudencia Solano
De acordo com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), um grupo de cerca de 20 homens armados, vindos de uma fazenda próxima, cercou a área e iniciou disparos prolongados contra os indígenas. Barracos foram destruídos e ao menos quatro pessoas ficaram feridas. Vicente foi atingido na cabeça e morreu no local. O corpo passou por análise no Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, foi liberado para a comunidade.
A Funai afirma que este é o quarto ataque semelhante desde 3 de novembro, dentro de um contexto de conflito fundiário envolvendo retomadas Guarani e Kaiowá. Ao todo, oito indígenas ficaram feridos nesses episódios recentes, segundo o órgão.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, informou que acompanha o caso e reforçou que os ataques ocorrem no contexto de defesa territorial, destacando a importância da demarcação para reduzir a violência.
Ações das autoridades
Equipes da Força Nacional, Polícia Federal e Funai foram acionadas logo após os disparos. Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a Força Nacional atua de forma contínua na região, com patrulhamento ostensivo focado na prevenção de conflitos.
A Força Nacional relatou que, ao chegar à comunidade Pyelito Kuê, foram encontradas três vítimas — duas feridas e uma morta. O patrulhamento foi reforçado.
A Polícia Federal também investiga, paralelamente, a morte de um trabalhador rural ocorrida na mesma região no domingo. A corporação afirmou que ainda não é possível afirmar relação entre os dois casos, e que todas as circunstâncias estão sendo apuradas.
O coordenador regional da Funai em Ponta Porã, Tonico Benites, informou nesta segunda-feira que “não houve ataques hoje e os indígenas permanecem no local”.
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