Dólar abre com mercado em alerta após liquidação do Banco Master e prisão de Daniel Vorcaro

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar abre nesta terça-feira (18) com o mercado atento ao cenário local e aos desdobramentos do caso do Banco Master, cuja liquidação extrajudicial foi anunciada nesta manhã pelo Banco Central (BC), além da prisão do presidente da instituição, Daniel Vorcaro, pela Polícia Federal.
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
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▶️ O Banco Central decidiu nesta terça-feira (18) colocar o Banco Master sob administração especial temporária por 120 dias e decretar a liquidação extrajudicial do conglomerado.A decisão veio um dia depois de a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição de Daniel Vorcaro — e pouco mais de dois meses após o BC ter rejeitado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília).
▶️Nesta terça, a Polícia Federal também prendeu Daniel Vorcaro em Guarulhos, durante a Operação Compliance Zero, que cumpre sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
▶️No cenário ecnômico, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) publica às 10h15 o Monitor do PIB referente a setembro. No dado anterior, o indicador mostrou que a atividade econômica cresceu 0,7% em agosto frente a julho, na série com ajuste sazonal.
▶️ No cenário internacional, os investidores acompanham com atenção os resultados da Nvidia, que serão divulgados na quarta-feira (20). A valorização recente das ações de tecnologia aumenta a cautela no mercado e reforça a aversão ao risco, pressionando os principais índices acionários para o campo negativo nesta terça-feira.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
💲Dólar

a
Acumulado da semana: +0,66%;
Acumulado do mês: -0,90%;
Acumulado do ano: -13,73%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,47%;
Acumulado do mês: +4,98%;
Acumulado do ano: +30,52%.
Agenda econômica
Boletim Focus
Pela primeira vez no ano, o mercado financeiro projeta que a meta de inflação para 2025 será cumprida. A estimativa caiu de 4,55% para 4,46%, ficando abaixo do teto definido pelo governo.
A previsão faz parte do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, com base em pesquisa feita na última semana com mais de 100 instituições financeiras.
➡️ A revisão ocorreu após a divulgação do IPCA de outubro, que registrou alta de 0,09%, a menor para o mês em 27 anos. Economistas esperavam um índice maior, de 0,26%.
Veja as projeções de inflação para os próximos anos:
2026: 4,20%
2027: 3,80%
2028: 3,50%
A expectativa para o crescimento do PIB em 2025 segue em 2,16%, e para 2026, em 1,78%.
Economistas também mantiveram a projeção para a taxa básica de juros:
2025: 15% ao ano (nível atual)
2026: 12,25% ao ano
Quanto ao dólar, a estimativa para o fim de 2025 recuou de R$ 5,41 para R$ 5,40. Para 2026, permanece em R$ 5,50.
Prévia do PIB
Seguindo na agenda de divulgações do BC, a instituições divulgou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, caiu 0,9% no terceiro trimestre deste ano.
O cálculo foi feito após ajuste sazonal, que permite comparar períodos diferentes, e considera a variação em relação ao segundo trimestre de 2025.
Esse é o primeiro recuo trimestral do indicador em dois anos. A última queda havia ocorrido no terceiro trimestre de 2023, quando o índice caiu 0,5%.
▶️ A redução na atividade econômica faz parte da estratégia do Banco Central para conter pressões inflacionárias e aproximar as projeções da meta de 3% ao ano. O principal instrumento para isso é a taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano — o maior nível em quase duas décadas.
▶️ Na ata da última reunião do Copom, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo, indicando que a economia ainda opera acima do seu potencial sem gerar pressão adicional sobre os preços.
Gastos com construção nos EUA
Os gastos com construção nos EUA totalizaram US$ 2,17 trilhões em agosto, com alta de 0,2% em relação ao valor revisado do mês anterior, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Departamento do Censo americano — após mais de 40 dias de paralisação do governo.
Na comparação anual, houve queda de 1,6%.
Os gastos com construção privada chegaram a US$ 1,65 trilhão, 0,3% acima do número revisado de julho. A construção residencial subiu 0,8%, totalizando US$ 914,8 bilhões, enquanto a construção não residencial recuou 0,3%, para US$ 737,3 bilhões.
Já os gastos com construção pública somaram US$ 517,3 bilhões, praticamente estáveis em relação ao mês anterior.
Discursos de membros do Fed
O vice-presidente do Federal Reserve, Philip Jefferson, afirmou nesta segunda-feira que o banco central americano deve agir com cautela em relação a novos cortes na taxa de juros.
Segundo ele, é necessário “proceder lentamente” enquanto a política monetária se aproxima de um nível que não pressiona mais a inflação para baixo.
Em discurso preparado para um evento do Fed de Kansas City, Jefferson disse que o corte de 0,25 ponto percentual realizado no mês passado foi adequado, diante dos riscos para o mercado de trabalho e da percepção de que as pressões inflacionárias “diminuíram um pouco recentemente”.
“A postura atual da política monetária ainda é um pouco restritiva, mas nós a aproximamos de seu nível neutro, que não restringe nem estimula a economia. […] A evolução do equilíbrio de riscos ressalta a necessidade de prosseguirmos lentamente à medida que nos aproximamos da taxa neutra.”
Jefferson também comentou sobre o mercado de trabalho, que, segundo ele, está “meio lento”. As empresas estariam hesitantes em contratar, diante das incertezas sobre a política econômica e do avanço da inteligência artificial, que pode substituir parte das funções.
Ele ainda alertou que a falta de dados oficiais, causada pela paralisação do governo, dificulta a análise econômica antes da próxima reunião do Fed, marcada para 9 e 10 de dezembro.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos iniciam a semana com atenção voltada para a divulgação de resultados de grandes empresas, como Nvidia, e para o retorno dos dados econômicos oficiais, após o fim da paralisação do governo.
O Dow Jones recuou 0,18%, aos 46.590,49 pontos. O S&P 500 caiu 0,91%, aos 6.672,50 pontos, enquanto o Nasdaq Composite teve perdas de 0,84%, aos 22.708,08 pontos.
Já as bolsas europeias fecharam em queda nesta segunda-feira, refletindo a instabilidade da semana anterior. Investidores seguem cautelosos diante das dúvidas sobre o impacto da inteligência artificial na economia e sobre o ritmo de crescimento global.
No fechamento, os principais índices da região registraram perdas: o STOXX 600 caiu 0,53%, o DAX da Alemanha recuou 1,20%, o FTSE 100 do Reino Unido perdeu 0,24% e o CAC 40 da França teve queda de 0,63%.
Enquanto isso, os mercados asiáticos fecharam em queda, influenciados por tensões diplomáticas entre China e Japão.
A declaração da primeira-ministra Sanae Takaichi sobre um possível ataque chinês a Taiwan gerou tensões entre os dois países, levando investidores a realizarem lucros após recentes altas.
Na Ásia, os índices encerraram o dia com resultados mistos: o Nikkei, em Tóquio, caiu 0,1%; o Hang Seng, em Hong Kong, recuou 0,71%; o SSEC, em Xangai, perdeu 0,46%; e o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, caiu 0,65%.
Já o Kospi, na Coreia do Sul, subiu 1,94%; o Taiex, em Taiwan, avançou 0,18%; e o Straits Times, em Cingapura, teve queda de 0,15%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters

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