Após emboscada, bicheiro Vinicius Drumond presta depoimento na DHC; Porsche blindado foi alvo de mais de 30 tiros


O episódio foi perto da Estação Ricardo Marinho do BRT por volta das 11h. Contraventor sofreu escoriações leves por estilhaços de vidro, foi atendido e já liberado. Tiroteio na Barra da Tijuca assusta motoristas e pedestre; carro blindado é atingido por disparos
O bicheiro Vinicius Drumond presta depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na manhã deste sábado (12). Ele chegou acompanhado do advogado e uma testemunha pouco antes das 10h.
Apontado como um dos membros da nova cúpula do jogo do bicho do RJ, o contraventor sofreu uma tentativa de execução na manhã desta sexta-feira (11) na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O carro que ele dirigia, um Porsche blindado, foi atingido por mais de 30 tiros (veja as imagens abaixo). Vinicius não foi baleado, mas sofreu escoriações leves por estilhaços de vidro.
O ataque ocorreu por volta das 11h na Avenida das Américas, a principal do bairro, perto da Estação Ricardo Marinho do BRT.
Segundo a investigação, ele foi seguido por criminosos armados com fuzis, que abriram fogo contra seu carro.
Testemunhas contaram que supostos seguranças do contraventor, que saíram de outros automóveis, reagiram, e mais tiros foram ouvidos.
Quando a polícia chegou, nem o Porsche de Vinicius nem qualquer outro veículo foram encontrados. O Globocop localizou o carro do contraventor parado em um hospital do bairro.
“O Hospital Barra D’Or informa que o paciente Vinicius Drumond deu entrada na manhã de hoje (11) apresentando escoriações leves por estilhaços de vidro. Foi atendido na emergência e recebeu alta em seguida”, informou a unidade.
Porsche do bicheiro Vinicius Drumond ficou crivado de balas
Raoni Alves/g1 Rio
Porsche do bicheiro Vinicius Drumond ficou crivado de balas
Raoni Alves/g1 Rio
Tiros atingiram os dois lados do Porsche do bicheiro Vinicius Drumond
Raoni Alves/g1 Rio
Bancos da frente também foram atingidos pelos tiros
Raoni Alves/g1 Rio
Carro preparado para o ataque
O veículo usado no ataque foi encontrado abandonado em Guaratiba, também na Zona Oeste, 2 horas depois do atentado.
Além de diversas marcas tiros, o carro tinha furos nos vidros laterais meticulosamente cortados. Conhecidas seteiras, elas servem para acomodar os canos de fuzis e atirar de dentro para fora.
A DHC realizou uma perícia inicial no veículo. A polícia acredita que pelo menos três criminosos participaram do ataque, utilizando duas seteiras camufladas: uma na porta dianteira e outra na traseira, ambas do lado do passageiro.
A utilização de seteiras é uma técnica comum em fortificações antigas. Ela permite que o atirador mantenha o corpo protegido enquanto observa e dispara contra alvos externos. O recurso é usado em contextos militares e, em alguns casos, por grupos que constroem barricadas defensivas improvisadas.
Carro usado no ataque tinha seteiras, para atirar de dentro para fora
Raoni Alves/g1 Rio
Carro usado no ataque tinha seteiras, para atirar de dentro para fora
Raoni Alves/g1 Rio
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Imagens mostram Porsche do bicheiro Vinicius Drumond crivado de balas
Vinicius Drumond foi seguido por atiradores ao sair de academia
Carro usado em ataque a Vinicius Drumond foi achado com marcas de tiros e ‘seteiras’, para atirar de dentro para fora
Veja onde foi o ataque a Vinicius Drumond
Infografia: Dhara Pereira/g1
Carro de Vinicius Drumond foi encontrado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio
Reprodução/ TV Globo
Investigado por furto de combustível
Filho de Luizinho Drumond — presidente da escola de samba Imperatriz Leopoldinense morto em julho de 2020 —, Vinicius foi alvo de buscas, em fevereiro deste ano, da Operação Ouro Negro, contra o furto de combustíveis de dutos subterrâneos da Petrobras.
Segundo a investigação da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), Vinicius era o chefe estratégico e financeiro da quadrilha. O bando agia no RJ e em outros estados e extraía sobretudo petróleo, a fim de revendê-lo como matéria-prima para a produção de asfalto, borracha e plástico.
Vinicius é considerado um dos chefes da contravenção, ao lado de Adilsinho e de Rogério Andrade. Herdou do pai pontos do bicho na Zona da Leopoldina, que compreende bairros como Ramos (onde fica a Imperatriz), Manguinhos, Maré, Bonsucesso, Complexo do Alemão, Penha, Parada de Lucas e Vigário Geral.
“Drumond ascendeu rapidamente no mundo do crime organizado, expandindo seus negócios ilícitos para além do jogo do bicho”, descreveu a polícia, na época da Ouro Negro.
Vinicius também puxou do pai a influência na Imperatriz — atualmente, a escola é presidida pela irmã de Luizinho. O sobrinho chegou a ser um dos vice-presidentes, mas não foi muito participativo do dia a dia da agremiação.
Nesta terça-feira (8), porém, Vinicius foi anunciado como patrono da escola de samba Em Cima da Hora, que disputa a Série Ouro do carnaval carioca. A agremiação explicou que Vinicius “sempre esteve presente nos bastidores” da Azul e Branca.
Fotos do atentado
Carro onde estava o bicheiro Vinicius Drumond ficou crivado de balas
Kleyton Cintra/TV Globo
Tiroteio na Barra da Tijuca
Reprodução/TV Globo
Porsche de Vinicius Drumond ficou crivado de balas
Reprodução/TV Globo
Carro de Vinicius Drumond em hospital na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio
Betinho Casas Novas/ TV Globo
Carro de Vinicius Drumond é encontrado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio
Reprodução/ TV Globo
Marcas de tiros no carro de Vinicius Drumond na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio
Betinho Casas Novas/ TV Globo
Bancos da frente também foram atingidos pelos tiros
Raoni Alves/g1 Rio
Honda HR-V tinha seteiras (furos nos vidros) para acomodar fuzis
Raoni Alves/g1 Rio
Carro usado no ataque tinha seteiras, para atirar de dentro para fora
Raoni Alves/g1 Rio

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