Advogada que sofreu dois AVCs e teve paralisia aos 30 anos, supera limites e se torna maratonista


Advogada e escritora do Tocantins supera dois AVCs e vira maratonista
A advogada Lísia Daniella Lustoza Ferro viu sua vida mudar drasticamente após sofrer dois Acidentes Vasculares Cerebrais Isquêmicos (AVCIs), aos 30 anos, e chegou a perder os movimentos do pescoço para baixo. Mas o que parecia ser o fim de muitos planos se transformou em um novo começo. Ela não apenas recuperou a qualidade de vida, como também se tornou maratonista.
Como consequência dos AVCs, em 2019, Lísia Daniella também sofreu afasia (perda total ou parcial da capacidade de se comunicar) e só conseguia se comunicar com os olhos. Ela conta que foram 25 dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular em Palmas.
“Perder a capacidade de falar foi o pior de tudo. Eu estava plenamente consciente, mas não sabia o que tinha me acontecido para ficar daquele jeito. E as pessoas demoraram a me falar. Foi angustiante demais, especialmente os primeiros dias de internação”.
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A advogada ficou um ano em tratamento intensivo de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acupuntura, entre outros tratamentos. “Foram várias atividades que completaram esse tratamento e com um ano eu consegui ter essa autonomia de voltar a andar, a me vestir e comer sozinha”, relatou a advogada.
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Lísia Daniella Lustoza Ferro sofreu dois AVCs e chegou a ficar sem os movimentos em 2019
Lísia Daniella Lustoza Ferro/ Arquivo Pessoal
Com a reabilitação e a recuperação total dos movimentos, Lísia Daniella chegou a competir duas provas de meia maratona no Rio de Janeiro (RJ). Segundo ela, a paixão pela corrida surgiu durante o tratamento intensivo para a recuperação dos movimentos, como forma de promessa.
“Nunca tinha corrido antes. Minha melhor amiga, que também nunca tinha corrido, quando ainda estava na UTI, queria me motivar e me chamou para correr uma maratona quando eu me recuperasse. Porém, sabia que, devido ao processo de reabilitação, não iria conseguir competir uma maratona de 42 km, mas pensei que a meia maratona, de 21 km, conseguiria. Então, isso virou uma promessa de recuperação para mim”.
A advogada também relembrou o sentimento de realização ao correr sua primeira meia maratona no Rio de Janeiro (RJ), em 2022.
“Foi meu norte de recuperação, me senti completamente recuperada no dia que cruzei a linha de chegada, muito emocionante. O esporte mudou toda a minha vida, além de mudar a dinâmica do meu trabalho, sono, alimentação e até o ciclo social”, disse Lísia.
Quem também acompanhou a recuperação da advogada foi a treinadora esportiva Isa Gratão.
“O primeiro cuidado que temos que ter é quais são as limitações que essa pessoa tem. A Lísia teve vários tratamentos intensivos de terapias e fisioterapias que permitiram que ela tivesse uma reabilitação plena. Além disso, permitiu que ela pudesse escolher o que queria realizar, então ela foi e realizou o sonho dela com muito treino e persistência”.
História contada em livro
A advogada conta que antes de perder os movimentos tinha uma rotina de vida estressante, com várias horas do seu dia determinadas ao trabalho. Além disso, também descobriu uma predisposição genética à trombofilia, que é formação excessiva de coágulos que podem obstruir vasos sanguíneos.
“Depois de alguns anos, fui a São Paulo (SP), e lá meu Hematologista descobriu que tenho uma predisposição genética à trombofilia. No entanto, não foi conclusivo que isso tenha causado os AVCs. O que ficou claro é que o estilo de vida estressante que eu levava contribuiu para os primeiros sintomas”.
Após a recuperação, Lísia buscou registrar sua história de superação e determinação. Além de advogada e maratonista, ela se tornou escritora ao lançar seu primeiro livro, contando os momentos de dificuldades e conquistas.
“Muita gratidão pela oportunidade de estar aqui, podendo viver em plenitude, e alívio de ter passado por tudo aquilo e poder comemorar todos os dias”.
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