Após itinerância nacional, exposição ‘Sairé – Celebração, louvor e disputa dos Botos’ chega a Belém

Rito religioso do Sairé é mostrado na exposição itinerante do fotógrafo paraense Alexandre Baena
Alexandre Baena
A exposição itinerante “Sairé – Celebração, louvor e disputa dos Botos”, de Alexandre Baena, fotógrafo, cineasta e documentarista paraense, entra em cartaz nesta sexta (8), às 18h, na Galeria Fidanza – espaço no Museu de Arte Sacra do Pará, um dos mais belos museus brasileiros localizado em Belém, no prédio da Igreja de Santo Alexandre, uma construção que data do século XVII.
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Na abertura do evento, o Senador Jader Barbalho (MDB), será homenageado pelos presidentes dos botos Cor de Rosa e Tucuxi além do coordenador do Sairé e pelo fotógrafo Alexandre Baena na exposição Sairé.
A itinerância teve sua abertura oficial no dia 11 de fevereiro de 2025, no Senado Federal no espaço cultural Senador Ivandro Cunha Lima em Brasília-DF, a mostra já percorreu os Estados do Paraná, Minas Gerais, Bahia, retornou a Brasília como parte da programação do 4º Fórum internacional sobre a Amazônia (FIA) da Universidade de Brasília, seguindo para o Amazonas em Manaus, e agora chega a Belém do Pará. A última parada será na cidade de Santarém, onde será montada durante a festividade do Sairé em setembro deste ano.
Com a curadoria do próprio Alexandre Baena, a mostra nos remete não só a uma manifestação religiosa que louva o Divino Espírito Santo incorporado por elementos da natureza e tradição paraense, mas busca a valorização destes elementos e colocando em foco as particularidades, tendo seus personagens em primeiro plano, esse é o mapeamento da identidade da tradição cultural vibrante dessa celebração que tem uma imersão na cultura dos povos tradicionais.
“É uma conexão entre a imagem e o diálogo, estamos levando a cada canto do Brasil, um pedacinho de nossa cultura e uma mensagem sobre a importância da preservação da nossa história”, destacou o fotógrafo.
Festival dos Botos também é retratado na exposição itinerante
Alexandre Baena
O Sairé é uma festividade que apresenta símbolos tradicionais compostos por uma narrativa muito plural que é apresentada nas telas da exposição em cores vibrantes.
“Além dos símbolos, há os elementos que fazem parte da celebração, durante o festejo, um grupo seleto que é responsável por um momento de conexão com o rito religioso, que transcende o que os olhos podem ver. Na parte profana, o momento de destaque da festividade é a disputa entre os botos Tucuxi e Cor de Rosa, fazendo uma celebração importante para a população, que valoriza a história e a cultura, mostrando a riqueza da tradição da nossa Amazônia Paraense”, ressaltou Baena.
O fotógrafo também destaca que o rito religioso do Sairé tem a presença forte dos povos tradicionais, de ribeirinhos, quilombolas, indígenas borari, todos com traços bem expressivos que vão da colocação dos mastros, as rezas e seus cantos de louvores, e da disputa dos botos com elementos de indumentária e cores vibrantes.
Cores vibrantes do Festival dos Botos retratadas por Alexandre Baena
Alexandre Baena
“A mensagem dos povos originários é bem perceptível, a necessidade da preservação da casa que habitamos e da coexistência entre a biodiversidade, tudo deve ter equilíbrio e os povos ancestrais buscam a salvaguarda desse equilíbrio, na narrativa apresentada na exposição, nós fazemos uma reflexão na história do boto, animal que é protegido pelos Encantados, e que é trazido à vida, e aqui com um olhar não literal ao que é apresentado, você tem, claramente, essa forte mensagem de preservação do meio ambiente, do ecossistema e da vida ancestral, num momento principalmente, onde vivemos os preparativos para a COP30, e o mundo se volta para o Brasil”, enfatizou o artista.
Alexandre Baena registrando a procissão do Sairé 2024
Divulgação
Serviço:
Exposição ‘Sairé – Celebração, louvor e disputa dos Botos’
Artista: Alexandre Baena
Técnica: fotografias
Abertura: 08 de agosto de 2025
Hora: 18h (dezoito horas)
Período: 08 de agosto a 08 de setembro de 2025
Local: Galeria Fidanza – Museu de Arte Sacra do Pará (Praça Frei Brandão, s/n – Cidade Velha, Belém-PA).
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