Após ser detido no Panamá, influenciador suspeito de desviar R$ 146 milhões via PIX é liberado, diz advogado


Gabriel Spalone tem 29 anos e é empresário e influenciador digital
Reprodução/Arquivo pessoal
Detido pelo Setor de Imigração no Aeroporto Internacional do Panamá, o influenciador e empresário Gabriel Spalone, alvo de mandado de prisão temporária por suspeita de participar de um esquema de desvio de R$ 146 milhões via PIX, foi liberado na tarde deste sábado (27), informou sua defesa ao g1.
Segundo o advogado Eduardo Maurício, que representa o empresário, as autoridades do Panamá foram informadas de que Gabriel não tem ordem de prisão internacional nem está na lista de procurados da Interpol. Por isso, ele foi liberado para seguir viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O g1 e a TV Globo entraram em contato com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) e Polícia Federal sobre a liberação de Gabriel, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
“A decisão [de liberar] foi fundamentada no pedido de liberdade feito pela defesa, que acatou a tese de imediata liberação do influencer já que Spalone não possui uma ordem de detenção internacional e inclusão na lista da Interpol, e que sua prisão, ilegal e abusiva, teria sido realizada no Panamá por um pedido da autoridade policial civil de São Paulo sem qualquer validade no campo jurídico internacional, já que desrespeitou o princípio da legalidade e sobretudo normas de cooperação jurídica internacional”, disse, em nota (leia a íntegra abaixo).
Dono de fintechs e com mais de 800 mil seguidores no Instagram, Gabriel é considerado foragido desde terça-feira (23) depois que a Polícia Civil de São Paulo deflagrou a “Operação Dubai”.
Há um mandado de prisão temporária expedido contra ele por ser suspeito de participação em um esquema que desviou R$ 146 milhões via PIX de um banco e de empresas vítimas das transferências ilegais.
Segundo seu perfil na rede social, Gabriel mora em Dubai, embora também possua endereços em São Paulo (veja mais abaixo).
Como foi a detenção
Operação mira influencer suspeito de esquema que teria desviado R$ 146 milhões via PIX
Conforme a TV Globo apurou, após deixar o Brasil nesta sexta-feira (26) para seguir até Dubai, o influenciador foi para o Paraguai, onde comprou uma passagem com destino a Nova York, nos Estados Unidos, com escala no Panamá.
Ao chegar, Gabriel desistiu da conexão para Nova York e adquiriu uma nova passagem com destino à Holanda. Foi nesse momento, enquanto tentava embarcar, que acabou detido.
A TV Globo também apurou que empresário seria deportado para o Paraguai, país onde a fuga começou, e, em seguida, transferido para o Brasil.
Contudo, o advogado informou às autoridades que Gabriel “era uma pessoa livre para viajar e não tem qualquer ordem de prisão internacional ou inclusão na Interpol”. Menos de 24 horas, ele foi liberado.
O que diz a defesa
“Eduardo Maurício, advogado de defesa do empresário e influencier Gabriel Spalone afirma que hoje a justiça foi feita, isso porque as autoridades do Panamá houveram por bem decidir pela sua liberação e restituição da liberdade .
Dr. Eduardo Maurício afirma que essa decisão foi fundamentada no pedido de liberdade feito pela defesa, que acatou a tese de imediata liberação do influencer já que Spalone não possui uma ordem de detenção internacional e inclusão na lista da Interpol, e que sua prisão, ilegal e abusiva, teria sido realizada no Panamá por um pedido da autoridade policial civil de São Paulo sem qualquer validade no campo jurídico internacional, já que desrespeitou o princípio da legalidade e sobretudo normas de cooperação jurídica internacional, eis que uma prisão temporária emitida pelas autoridades brasileiras não lhe dá direito à autoridade policial brasileira de requerer prisão em solo estrangeiro sem seguir o que a lei determina, e muito menos justifica uma inclusão na Interpol já que não é prisão preventiva, e quem deve fazer essa inclusão é o juiz competente após preenchimento do formulário para tanto”.
Esquema de desvio
Policiais cumprem mandados de busca e apreensão de carros e entram em imóveis de investigados no esquema de fraude com o PIX em São Paulo
Reprodução/Divulgação
Segundo as investigações, em 26 de fevereiro de 2025, um banco identificou um movimento atípico: entre 4h23 e 9h47, foram realizadas 607 transferências via PIX, somando R$ 146,5 milhões.
As operações partiram de dez contas vinculadas a uma empresa parceira do banco, prática conhecida como “PIX indireto”, considerada ilegal.
Mais de R$ 100 milhões foram recuperados graças à reação rápida da instituição financeira, mas R$ 39 milhões permanecem como prejuízo para o banco e empresas correntistas.
Outros dois suspeitos, Guilherme Sateles Coelho e Jesse Mariano da Silva, também foram presos durante a operação em cumprimento à decisão judicial — em São Paulo e Campinas, respectivamente — e teriam se beneficiado em quase R$ 75 milhões do esquema.
DCCiber fica no Palácio da Polícia Civil em São Paulo
Reprodução/Google Maps

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