Zahy Tentehar apresenta ‘Azira’i – Um Musical de Memórias’ no Teatro Amazonas com entrada gratuita
Fotos: Jéssica Lima e Daniel Barboza
Protagonizado pela artista indígena Zahy Tentehar, o espetáculo ‘Azira’i – Um musical de memórias’ terá duas apresentações gratuitas no Teatro Amazonas: domingo, 28 de setembro, às 19h, e segunda-feira, 29 de setembro, às 20h.
A artista é vencedora de prêmios nacionais de teatro, incluindo Melhor Atriz (Shell, 2024), concedido pela primeira vez a uma artista indígena. No musical, Zahy conduz o público por uma experiência artística sobre memória, identidade e herança.
Com direção de Denise Stutz e Duda Rios e produção da Sarau Cultura Brasileira, o espetáculo nasce da relação de Zahy com a mãe, Azira’i, primeira mulher pajé de sua reserva em Cana Brava, no Maranhão.
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Em cena, a atriz alterna português e Ze’eng eté, canta lamentos ancestrais ensinados pela mãe e apresenta canções originais compBom ostas com Duda Rios, sob direção musical de Elísio Freitas.
A encenação aposta na força da presença e no desenho cênico essencial, com projeções de Batman Zavareze, cenografia de Mariana Villas-Bôas, figurinos de Carol Lobato e iluminação de Ana Luzia Molinari de Simoni.
Apresentado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Cultural, e fomentado pela Bolsa Funarte de Teatro Myriam Muniz 2023, Azira’i chega a Manaus após a participação no Festival de Avignon OFF, na França, onde recebeu atenção da imprensa europeia. A circulação internacional já passou por Chicago, Bogotá e Santiago, com novas etapas previstas para Córdoba e Montevidéu.
Sobre a artista
Zahy Tentehar é atriz, dramaturga e cantora, reconhecida por ser a primeira artista indígena a receber o título de Melhor Atriz no Prêmio Shell de Teatro (2024), uma das mais importantes premiações do teatro brasileiro. Nascida na reserva de Cana Brava (MA), é filha de Azira’i, a primeira mulher pajé de sua comunidade, de quem herdou o vínculo profundo com a espiritualidade e o canto como ferramenta de memória e resistência.
Autora e intérprete de Azira’i, solo autobiográfico que conquistou palcos no Brasil e no exterior, Zahy vem ampliando a presença da narrativa indígena em grandes festivais, entre eles Avignon (França), além de temporadas nos Estados Unidos e América Latina. Sua atuação é marcada pela potência cênica e pela sensibilidade de transformar lembranças pessoais em histórias coletivas que emocionam e inspiram.
Com um estilo que mistura performance, canto e ancestralidade, Zahy projeta novas formas de pensar a arte indígena, afastando estereótipos e abrindo caminhos para diálogos mais humanos e plurais. Sua trajetória reafirma a força da cultura originária como uma linguagem universal capaz de atravessar.