🎨O artista plástico Sol Ferreira anunciou uma nova exposição para o dia 11 de outubro, com entrada gratuita, no Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia (MUSEAR), na UFMT de Cuiabá. A exposição intitulada “Homem-fruta, Homem-mato” é inspirada na história do artista e na sua vivência como homem trans e cidadão mato-grossense.
A escolha do local tem um significado para o artista, que considera a universidade como sua “segunda casa”. Ele é formado em Teatro pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), em Letras/Literatura pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e mestrando em Antropologia Social, também pela UFMT.
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“Homem-mato” é uma expressão usada por Sol para ilustrar o desenvolvimento da identidade transmasculina. O artista, que completa sete anos de sua transição em 2025, comenta que a exposição tem como objetivo compartilhar com o público todas as fases desta jornada, demonstrando os altos e baixos de forma lúdica.
“As obras nesta exposição seguem uma ordem cronológica. Minha intenção é compartilhar com o público todas as fases da minha transição, os sabores, as dores e as cicatrizes que marcaram cada uma”, conta Sol.
Ao g1, Sol contou que a intenção da sua obra busca reverter o significado da palavra “frutinha”, constantemente associada para se referir de forma negativa a homens considerados “afeminados”. Ele explicou que faz essa ressignificação do “homem fruta” em sua exposição como forma de resistência, mantendo um compromisso com o lugar de origem.
Quem é Sol Ferreira
Sol Ferreira, artista plástico mato-grossense
Maria Reis/ Divulgação
Artista plástico desde 2019, Sol Ferreira tem 26 anos e também trabalha como ator, poeta e é acadêmico. Ele utiliza sua vivência como homem negro e trans, enquanto cidadão mato-grossense, transformando suas origens e existência em arte de resistência.
Sua primeira exposição foi em 2021 e foi intitulada de “Manga Coração de boi”. A obra buscava conversar com as frutas dos 3 biomas mato-grossenses e desenvolver um diálogo com as diferentes jornadas vivenciadas pelas pessoas transgênero.
Utilizando a biodiversidade do estado, o artista também já emplacou outras exposições como Pequiplastia (2022) e Brasil- Caju (2023).
Obra “Brasil- Caju” (2023)
Maria Reis/ Divulgação