Ônibus é apedrejado na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini.
Fábio Tito/g1
A Grande São Paulo contabiliza cerca de 800 ataques a ônibus, ocorridos em 27 cidades, desde o dia 1º de junho até esta quinta-feira (17). Dessas ocorrências, 15 foram registradas nesta quinta (veja abaixo principais vias onde coletivos foram atacados).
Os ataques começaram a ser registrados em junho, aterrorizando motoristas e passageiros. Um relatório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) aponta que cerca de 80% dos casos ocorreram nas zonas Sul e Oeste, com predominância da Zona Sul.
Na segunda (14), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, fez uma crítica à Polícia Civil pela demora para descobrir quem está por trás da onda de ataques a ônibus na cidade e a motivação das depredações.
Nesta quinta, a Polícia Militar deteve três pessoas em um veículo suspeito de participação aos ataques. Segundo a PM, elas prestaram depoimento por cerca de cinco horas, mas foram liberadas. Ainda segundo a polícia, um dos detidos passava ao lado dos ônibus atirando bolinhas de gude.
O que se sabe até o momento sobre os ataques a ônibus em SP
Policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) revelaram à TV Globo na manhã desta quarta-feira (16) que, agora, a principal linha de investigação da polícia em relação aos ataques a ônibus na Grande São Paulo é a disputa entre empresas que atuam no ramo do transporte urbano coletivo.
Como pano de fundo, haveria uma disputa pelo poder dentro do sindicato de trabalhadores da categoria que já dura alguns meses e foi até parar na Justiça. A polícia apura se grupos rivais no sindicato possam ter começado esses ataques para prejudicar empresas concorrentes.
Na cidade de São Paulo, ocorreram três ataques nesta quinta:
Avenida Presidente Tancredo Neves, Jardim Previdência, na Zona Sul
Rua Cipriano Barata, Ipiranga, Zona Sul
Avenida 23 de maio, próximo ao CCSP, Vergueiro, região Central
Vias com mais ataques a ônibus em SP até esta quinta-feira (17), segundo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic):
Avenida Cupecê: 20
Rodovia Raposo Tavares: 13
Avenida Senador Teotônio Vilela: 12
Avenida Corifeu de Azevedo Marques: 8
Avenida Sapopemba: 8
A hipótese de que os ataques tenham relação com uma disputa interna de poder ganha força em relação a duas outras linhas de investigação que também vêm sendo consideradas — ligação com o PCC e desafios de internet.
Isso porque as empresas cujos ônibus são atacados sofrem com gastos de manutenção e multas aplicadas pela prefeitura pelo tempo de não circulação dos veículos.
Ataques a ônibus em SP: disputa entre empresas é a principal suspeita da polícia
Ao menos 36 ônibus foram alvo de ataques na terça-feira (15) em diferentes pontos da Grande São Paulo. Os atos de vandalismo ocorreram nas zonas Oeste e Sul da capital e em cidades como Osasco, Itapevi e Cotia.
A Prefeitura de São Paulo e a SPTrans informaram que a capital concentrou o número de casos, com 26 ônibus depredados. Na Av. João Jorge Saad, na região do Morumbi, na Zona Sul, uma criança ficou ferida ao ser atingida por estilhaços de vidro.
No total, 466 veículos do sistema municipal foram depredados na capital desde o 12 de junho, aterrorizando motoristas e passageiros. Os ataques, que antes estavam concentrados mais no período da noite, têm acontecido a qualquer hora do dia.
Um dos ataques mais graves foi na Zona Sul, em que uma pedra acertou em cheio o rosto de uma passageira, causando várias fraturas no rosto dela.
No sistema de transporte intermunicipal, foram 289 casos de vandalismo em ônibus desde o início de junho, distribuídos por 27 municípios da Região Metropolitana.
Só no domingo (13), a cidade de São Paulo registrou 47 ataques. Foi o segundo dia mais violento desde o início da onda de depredações. O pico foi no dia 7 de julho, com 59 casos.
Investigação
Ataque a ônibus da Rod. Raposo Tavares
Reprodução/Aconteceu em Cotia
A polícia admite ainda haver um efeito de “contaminação” na depredação dos ônibus — pessoas não ligadas ao setor de transporte urbano coletivo também teriam atacado veículos. Até o momento, oito suspeitos foram detidos.
A atuação da Polícia Civil chegou a ser criticada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Em entrevista à GloboNews na segunda (14), ele disse que considera que a investigação “está demorando” para descobrir quem está por trás da onda de ataques.
Em nota, a SPTrans disse pedir para as concessionárias que comuniquem todos os ataques à central de operações e formalizam as ocorrências com as autoridades policiais.
Ataque a ônibus em Cotia
Reprodução
Passageira ficou ferida após ataque com pedra a ônibus em São Paulo. Suspeito foi preso
Reprodução