Ausência de caixa preta dificulta investigação de queda de avião no Pantanal com 4 mortos; entenda


Dracco investiga queda de avião que matou quatro pessoas no Pantanal
O avião que caiu na terça-feira (23) em Aquidauana (MS), no Pantanal, não possuía caixa preta, o que dificulta a investigação sobre as causas do acidente, segundo a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil (Dracco).
A queda resultou na morte do arquiteto chinês Kongjian Yu, de 62 anos; dos cineastas brasileiros Luiz Ferraz, de 42 anos, e Rubens Crispim Jr., de 51 anos; e do piloto Marcelo Pereira de Barros, de 59 anos, proprietário da aeronave.
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O avião era um Cessna 175, fabricado em 1958, modelo que não dispõe de caixa preta. De acordo com a Força Aérea Brasileira, esse tipo de equipamento só passou a ser adotado nos Estados Unidos a partir de 1960. Nenhuma aeronave desse modelo fabricada entre 1958 e 1962 vinha equipado com caixa preta.
O avião era um Cessna 175, fabricado em 1958, modelo que não dispõe de caixa preta. De acordo com a Força Aérea Brasileira, esse tipo de equipamento só passou a ser adotado nos Estados Unidos a partir de 1960, inicialmente em aeronaves comerciais maiores. Nenhum modelo original do Cessna 175 tinha obrigação legal de ser fabricado com caixa preta nesse período.
A ausência da caixa preta dificulta a apuração das causas do acidente porque esse equipamento registra dados cruciais do voo, como velocidade, altitude, posição da aeronave e funcionamento dos sistemas. Também grava as conversas entre os tripulantes na cabine. Essas informações costumam ser decisivas para entender o que ocorreu nos momentos que antecederam a queda.
A ausência da caixa preta dificulta a apuração das causas do acidente porque esse equipamento registra dados cruciais do voo, como velocidade, altitude, posição da aeronave e funcionamento dos sistemas. Também grava as conversas entre os tripulantes na cabine. Essas informações costumam ser decisivas para entender o que ocorreu nos momentos que antecederam a queda.
Registrado sob a matrícula PT-BAN, o avião era de pequeno porte e autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a operar apenas sob regras visuais e durante o dia. O modelo não possui instrumentos adequados para voos noturnos ou em condições meteorológicas adversas, exigindo que o piloto mantenha referência visual com o horizonte e o solo.
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Irregularidades
A Polícia Civil investiga duas possíveis irregularidades: voo fora do horário permitido e transporte remunerado de passageiros sem autorização.
Testemunhas relataram que o avião sobrevoou a região pantaneira durante todo o dia, realizando diversos pousos e decolagens. A pista da Fazenda Barra Mansa, onde ocorreu o acidente, só podia ser utilizada até as 17h39, mas a queda aconteceu após as 18h.
Segundo amigos das vítimas, os documentaristas e o arquiteto gravavam um documentário sobre as “cidades-esponja”, conceito criado pelo arquiteto chinês. A Olé Produções, responsável pelo documentário, disse que o voo era pago.
Infográfico – queda de avião mata 4 pessoas em MS
Arte/g1
Exames de DNA
Os corpos das quatro vítimas ficaram completamente carbonizados devido à explosão da aeronave, o que impossibilita a identificação visual ou por impressões digitais. Todos permanecem no Instituto Médico Legal (IML) de Aquidauana (MS) e só poderão ser identificados por meio de exame de DNA, segundo a funerária PAX, responsável pelo transporte.
Os corpos do cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, do documentarista Rubens Crispim Junior e do piloto Marcelo Pereira Barros, passaram por necropsia na quarta-feira (24).
O corpo do arquiteto chinês Kongjian Yu, não será periciado neste momento. De acordo com as autoridades, por tradição cultural chinesa, procedimentos desse tipo só podem ser realizados com a presença de familiares, que deverão vir ao Brasil para acompanhar o processo de liberação.
O IML também aguarda a presença das famílias das outras vítimas para a coleta do material genético que será utilizado na comparação de DNA.
Acidente
O acidente ocorreu ao lado da pista de pouso da fazenda, que recebe turistas nacionais e estrangeiros. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave tentou arremeter durante o pouso, mas perdeu altitude e caiu cerca de 100 metros da cabeceira.
Funcionários da fazenda utilizaram um trator e um caminhão-pipa para conter o incêndio após a explosão, que carbonizou os corpos dos ocupantes.
Inicialmente, trabalhadores da fazenda informaram que a manobra de arremetida foi provocada pela presença de uma manada de queixadas — porcos-do-mato — na pista. No entanto, essa hipótese foi descartada pela Polícia Civil.
“Houve o cuidado do pessoal de apoio da região de percorrer a pista. Já não existiam esses animais, em que pese estivessem presentes antes, então não estão relacionados a essa arremetida na pista”, afirmou a delegada.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que as condições climáticas eram favoráveis no momento do acidente, com céu limpo e ausência de chuva ou ventos significativos.
Avião que matou 4 pessoas está sendo periciado em Aquidauana (MS)
Dracco
O arquiteto chinês Kongjian Yu, o documentarista Luiz Ferraz, o diretor de fotografia Rubens Crispim Jr. e o piloto Marcelo Pereira de Barros morreram na queda de um avião em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul
Montagem/g1
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

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