Deputados distritais de oposição ao governo Ibaneis (MDB) fazem coletiva sobre compra do Banco Master pelo BRB
Humberto Sousa/TV Globo
Deputados da Câmara Legislativa do Distrito Federal se reuniram nesta terça-feira (19) com o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, para discutir o projeto que libera a instituição a comprar o Banco Master e outras instituições financeiras.
Além de parlamentares da oposição, também participam da reunião o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, e o presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB).
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O projeto enviado pelo governo para pedir o aval da Câmara Legislativa (veja detalhes abaixo) pode ser votado já nesta terça, menos de uma semana após o envio.
A reunião começou às 14h30. Até as 15h, o grupo seguia a portas fechadas na sede da Câmara Legislativa.
Justiça exigiu aval parlamentar
O negócio foi anunciado em março deste ano e prevê que o BRB compre 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master.
Nesta quarta (13), no entanto, o Tribunal de Justiça do DF reafirmou, em nova decisão, que o BRB precisa da autorização da Câmara Legislativa e da assembleia de acionistas para concluir a transação.
Em nota, o BRB informou que cumpriria a decisão, mas recorreria na Justiça para derrubar essas exigências.
Além disso, o Banco Central ainda precisa dar uma autorização para a transferência das ações. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu aval em junho.
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Regime de urgência
O projeto assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) foi enviado em regime de urgência – uma prerrogativa do Palácio do Buriti.
Com isso, o texto passa a trancar a pauta de votações da CLDF se não for votado em até 45 dias. Isso significa que, se o prazo for ultrapassado, a Câmara não poderá votar outros projetos antes de analisar esse texto.
O projeto, no entanto, não trata apenas da transação do BRB com o Banco Master.
Se for aprovado da forma que foi enviado, o BRB fica previamente “autorizado a, diretamente ou por intermédio de suas subsidiárias, adquirir participação em instituições financeiras, públicas ou privadas, sediadas no Brasil e no exterior, incluindo empresas dos ramos securitário, previdenciário, de capitalização e demais ramos […]”.
A compra específica das ações do Banco Master é citada em outro artigo, mais à frente.
“Fica autorizada a aquisição pelo BRB – Banco de Brasília S.A de 49% (quarenta e nove por cento) das ações ordinárias e 100% (cem por cento) das ações preferenciais do capital social do Banco Master S/A”, diz o trecho.
O BRB
O Banco de Brasília S.A. (BRB) foi criado em dezembro de 1964 com o objetivo de ser um agente financeiro para captar os recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal. Em 1991, passou a ser um banco com as carteiras: comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.
A empresa é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%). O BRB é uma instituição financeira com atuação no Distrito Federal e com agências no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.
O Banco Master
Fundado em 1974 como corretora de valores e título imobiliários, o Banco Master teve a aprovação do Banco Central para operar como instituição financeira em 1990, ainda com o nome de Banco Máxima. Após a compra do Banco Vipal, a instituição foi renomeada como Banco Master, em 2021.
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