O Banco Central (BC) reduziu de 2,1% para 2% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
A informação consta no relatório de política monetária do terceiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira (25).
Em 2024, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira registrou uma expansão de 3,4%.
Uma alta menor, neste ano, conforme projetado pelo BC e por analistas do setor privado, representará uma desaceleração no ritmo de crescimento.
Representantes do BC têm dito que uma desaceleração do nível de atividade é necessária para reduzir a inflação, e trazê-la de volta para as metas.
🔎No relatório de política monetária, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
Alta dos juros
A projeção de uma expansão menor do PIB, neste ano, acontece em meio a um processo manutenção dos juros em patamar elevado para conter pressões inflacionárias.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa básica da economia pela segunda vez seguida em 15% ao ano em setembro. Este é o maior nível em quase 20 anos.
O Banco Central informou que já vê efeito positivo da queda do dólar na inflação, mas segue sinalizando juro alto por período “bastante prolongado”. O mercado projeta início dos cortes de juros somente em 2026.
Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há espaço para o juro básico da economia, fixado pelo Banco Central (BC) para conter a inflação, recuar. Para ele, a taxa “nem deveria estar no atual patamar de 15%” ao ano.
Inflação
O Banco Central também reduziu sua estimativa para a inflação oficial em 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,9%, em março, para 4,8%.
Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
➡️Com isso, o BC estima que a meta de inflação continuará com “estouro”, ou seja, acima do teto, até o fim deste ano.
➡️Com a inflação acima do teto do sistema de metas por seis meses consecutivos até junho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisou enviar uma carta pública ao ministro Fernando Haddad explicando os motivos do novo descumprimento da meta.
Segundo ele, a inflação brasileira ultrapassou o teto da meta (4,5%) no acumulado de 12 meses até junho devido à atividade econômica aquecida, da variação cambial, do custo da energia elétrica e de anomalias climáticas.
Para o ano de 2026, a projeção do Banco Central continuou em 3,6%.