Em novembro do ano passado, turistas da Austrália, Dinamarca, Reino Unido e Estados Unidos morreram após ingerirem bebidas adulteradas com metanol durante uma festa em Vang Vieng, cidade turística popular entre mochileiros no Laos, país do Sudeste Asiático.
Segundo o Conselho Federal de Química (CFQ), esse é o caso mais semelhante ao que está ocorrendo atualmente no Brasil, onde cinco pessoas morreram após suspeita de envenenamento por bebidas contaminadas.
Há indícios de que a contaminação não esteja restrita ao estado de São Paulo, com possíveis casos também sendo investigados em Pernambuco.
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“Precisamos estar atentos para buscar novos caminhos. O trabalho tem que ser contínuo. Temos trabalhos com colegas de fora do Brasil para ter cooperação, o que aconteceu em Laos nos leva a pensar como a gente pode modificar e reparar uma situação dessas o mais rápido possível”, disse o doutor em Vigilância Sanitária e integrante do Conselho Federal de Química, Ubiracir Lima, em entrevista ao Conexão Globonews.
O caso na Ásia
No caso de Laos, segundo a imprensa internacional, 12 turistas adoeceram após uma festa em Vang Vieng em 12 de novembro de 2024.
O grupo que passou mal foi hospitalizado na vizinha Tailândia, país onde estavam ao adoecer. Desse total, seis morreram: duas australianas, dois dinamarqueses, um britânico e um cidadão dos Estados Unidos.
Jornais australianos afirmam que as duas jovens australianas mortas, amigas de Melbourne que viajavam juntas, foram ao bar do albergue onde estavam hospedadas, antes de sair à noite. O gerente do albergue foi detido para interrogatório, informou a polícia turística do Laos.
Um dos principais problemas no caso foi a falta de comunicação do governo: o Laos é um estado comunista de partido único, sem oposição organizada, e autoridades costumam manter um segredo rígido sobre as informações.
Neste caso, a polícia não divulgou quase nenhum detalhe da investigação.