Brasileiro diz que ex-mulher fugiu com filha de 5 anos no México; consulado disse não poder ajudar


Brasileiro diz que ex-mulher fugiu com a filha de 5 anos no México
O brasileiro Guilherme Araújo, que vive há uma década no México, enfrenta uma batalha na Justiça contra a ex-mulher – que é brasileira e, segundo ele, fugiu de casa com a filha de 5 anos.
Guilherme afirma que, desde o começo, o processo para se divorciar de Mayara de Oliveira Ribeiro foi “conflituoso”. A briga se intensificou, conta, porque ela se recusou a fechar um acordo amigável – e passou a dificultar o convívio entre pai e filha.
Após recorrer à Justiça federal mexicana e apontar descumprimento dos acordos, Guilherme obteve a guarda formal e a custódia da criança no começo de maio.
Passados cinco meses, no entanto, ele não conseguiu exercer esse direito. Como o paradeiro da ex-companheira é desconhecido, ela nem sequer foi sequer notificada da decisão.
“Não era a minha intenção [requerer a guarda]. Eu sei a importância da mãe na vida da filha, mas eu precisei recorrer a este caminho”, relatou.
Guilherme diz que as dificuldades impostas para conviver com a filha se arrastam há mais de dois anos. Após a fuga de Mayara, ele abriu um “alerta AMBER” – sistema adotado em vários países, incluindo o México, para reportar rapto de crianças.
Agora, a mulher de 35 anos e a criança são procuradas pela Justiça do México. Até esta sexta-feira (10), Guilherme não sabia dizer o paradeiro de ambas – inclusive, se ainda estavam em solo mexicano.
O g1 tentou contato com Mayara, que respondeu apenas para passar o contato da advogada. A advogada, por sua vez, não retornou os contatos. O g1 segue tentando contato com ambas.
Denúncia feita pela busca de Mayara e a filha de Guilherme no México
Reprodução
Consulado brasileiro teria negado ajuda
Guilherme afirmou ao g1 que chegou a pedir ajuda à diplomacia brasileira no México, mas também não teve êxito.
Como a filha do casal nasceu no México e a mãe é cidadã mexicana, o consulado teria dito que também não poderia interceder por Guilherme ou acionar a Justiça local.
O g1 pediu mais informações ao Ministério das Relações Exteriores brasileiro, mas não obteve retorno até a noite desta sexta (10).
Divórcio, guarda compartilhada e ‘sumiço’
Durante o primeiro ano de separação, em 2022, Guilherme conta que conseguiu visitar a filha em um centro de convivência. A decisão judicial válida à época previa guarda compartilhada e visitas quinzenais.
O despacho da Justiça do México também previa que, após alguns meses, Guilherme teria o direito de buscar a criança e levá-la para passear.
O pai diz que, ao tentar cumprir esse acordo, em 2023, não encontrou a criança no endereço fornecido pela mãe. Pouco tempo depois, foi surpreendido com uma ordem de restrição de Mayara.
No documento, a mexicana acusa Guilherme de ser um homem violento. Ao g1, ele negou essas acusações e disse ter provas do contrário.
Um vídeo enviado por Guilherme ao g1 mostra o homem, supostamente, trancado por Mayara dentro da própria casa (assista no topo do texto).
“Não deveria estar aqui. Não deveria estar aqui. Veja, o portão está trancado, não posso sair da casa e ela está aqui dentro de casa. Não deveria estar”, diz o homem na gravação, em espanhol.
É possível ouvir a mulher dizer que “está dentro da própria casa”. Ainda no vídeo, Guilherme diz ter “testemunhas” do episódio, em referência a outras pessoas no lote. É possível ouvir que ele também conversa com a filha, presente no local.
Sumiço e ‘violência vicária’
Guilherme relatou ao g1 que a situação da família, que já era grave, piorou: em dado momento, Mayara tirou a criança da escola sem avisar e se mudou de cidade.
O brasileiro diz ter procurado a polícia e a Justiça locais. Ele registrou, inclusive, denúncia de sequestro de menor de idade.
Registro de Gustavo com a filha.
Arquivo pessoal/Reprodução
Após investigações, Mayara e a criança foram localizadas em Cancún – cidade também praiana a cerca de 70 km de Playa del Carmen.
Além do registro do sequestro, Guilherme acionou a legislação mexicana para acusar a ex-companheira de violência vicária. E apresentou material que, segundo ele, comprova “manipulação e falsas acusações”.
➡️ Violência vicária é uma forma de violência de gênero em que o agressor utiliza terceiros — geralmente os filhos — como instrumentos para causar sofrimento à outra parte do casal, especialmente após o fim do relacionamento.
A Delegacia da Mulher reconheceu a denúncia – e encaminhou o caso para que ele fosse tratado como vítima.
Tentativas de acesso
Mesmo antes da “fuga”, Guilherme diz que já enfrentava dificuldades para conviver com a filha.
Em um e-mail enviado a Mayara em 13 de maio de 2024, o jornalista diz que foi barrado na porta da escola da criança – ele tinha ido ao local com um bolo para cantar parabéns para a filha.
Ele pede, na mensagem, que Mayara entre em contato com o colégio e libere a presença, porque o afastamento prejudicaria o bem-estar da filha.
O e-mail termina com uma mensagem à criança.
“Mel, papai te ama e não mede esforços para estar pertinho de você. Parabéns, filha”, escreveu.
Print do e-mail do Guilherme enviado à Mayara.
Arquivo pessoal/Reprodução
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