Cem porções de cocaína engolidas por pessoa: Justiça condena 14 bolivianos por tráfico internacional de drogas no interior de SP


Cápsulas com cocaína que eram engolidas pelos acusados
Polícia Militar
A Justiça Federal de Limeira (SP) condenou 14 bolivianos por tráfico internacional de drogas. Eles foram flagrados durante uma operação policial, no dia 27 de janeiro deste ano, em uma chácara da cidade.
Segundo a sentença, 13 deles engoliam e transportavam cápsulas de cocaína dentro de seus corpos até o Brasil, e receberam penas de quatro anos e quatro meses de prisão em regime aberto. Já o 14º réu é apontado como o líder do esquema, e recebeu pena de sete anos e sete meses em regime fechado.
No dia das prisões, a Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima de que, em uma chácara localizada entre Limeira e Santa Bárbara d’Oeste (SP), havia bolivianos que poderiam estar trazendo drogas ao Brasil. Ao chegarem perto do local, notaram que três pessoas correram pelos fundos do imóvel.
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Diante da atitude suspeita, a equipe entrou na chácara e encontrou pessoas no banheiro expelindo cápsulas, enquanto outras contabilizavam entorpecentes. Segundo os policiais, imediatamente, alguns já confessaram que estavam trazendo drogas da Bolívia.
Além disso, havia no imóvel um tablete de um quilo de cocaína e um de 940 gramas de maconha. No local, também foram localizados R$ 77 mil em uma mochila.
Mais tarde, durante buscas, foi localizado mais um suspeito, na Rodovia Luis Ometto (SP-306), com 27 cápsulas no bolso.
ARQUIVO: veja reportagem sobre a operação que prendeu os réus
100 cápsulas e até R$ 2 mil de pagamento
O suspeito apontado como organizador do esquema relatou aos militares que cada pessoa ingeriu cerca de 100 cápsulas. Um dos réus revelou que engoliu uma quantidade que totalizou um peso de 1,9 quilo. O peso de cada cápsula não foi divulgado.
A sentença detalha que eles informaram que receberiam pelo transporte entre R$ 1 mil e R$ 2 mil cada um.
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A rota do tráfico
Segundo as investigações, os recrutadores, geralmente bolivianos, contatavam os réus em cidades como Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra, onde as cápsulas eram ingeridas antes da viagem para o Brasil.
A rota incluía a passagem pela fronteira em Corumbá (MS) e uma viagem de ônibus até São Paulo, de onde eram levados por motoristas de aplicativo para a chácara em Limeira.
Operação policial foi realizada pelo 10º Baep
Polícia Militar
Réus relatam dificuldades financeiras
A principal alegação dos réus que transportavam as drogas foi de necessidade financeira devido a dívidas, desemprego e tratamentos médicos de familiares. Uma ré afirmou que precisava pagar uma cirurgia para a filha, enquanto outro acusado relatou que tem um filho com leucemia.
As defesas argumentaram que os réus agiram devido à sua situação de vulnerabilidade.
“Apesar de não se ignorar a lamentável situação de vulnerabilidade financeira na qual os Réus se encontravam em seu país, a mera alegação de dificuldades financeiras, por si só, também não é hábil a caracterizar a excludente de culpabilidade […]”, avaliou o juiz federal Adolpho Augusto Lima Azevedo.
Já o acusado de chefiar o esquema negou que tinha essa função, afirmou que foi contratado apenas como tradutor e que colaborou com a polícia no momento da prisão.
Cápsulas com drogas e dinheiro apreendidos durante a operação policial
Polícia Militar
Justificativas das penas
O acusado de chefiar o esquema teve pena maior que os demais, entre outros fatores, por ser apontado como o responsável pela recepção, ambientação e pagamento dos demais envolvidos. Além disso, segundo a sentença, ele é reincidente. Foi negado a ele o direito de recorrer em liberdade.
Quanto aos demais, foi reconhecido que são réus primários, sem antecedentes criminais, e que não há prova suficiente de que se dedicam às atividades criminosas ou que integram organização criminosa. Foi ordenado que sejam soltos e permitido que recorram em liberdade.
Os R$ 77 mil apreendidos durante a operação foram confiscados em favor da União.
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