Com possível conversa entre Lula e Trump, Brasil adia decisão sobre aplicação da Lei de Reciprocidade contra os Estados Unidos


Lula diz que pretende levar Janja para conversa com Trump
O governo federal adiou a decisão sobre a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos após o aceno de Donald Trump a uma possível conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano.
👉🏽 Fontes diplomáticas e do governo apontam que a aproximação entre os líderes e o desejo de não prejudicar o diálogo bilateral motivaram a cautela com o assunto.
A discussão, que estava na pauta do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) na semana passada, foi retirada de votação.
🔎 No final de agosto, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) acionou a Câmara de Comércio Exterior (Camex), que reúne vários ministérios do governo, para avaliar a aplicação da Lei de Reciprocidade em resposta ao tarifaço de 50% imposto pelo governo Trump sobre produtos brasileiros.
⏳ Pelo cronograma, o Gecexc tinha até 30 dias para apresentar um relatório com a análise e definir a estratégia de retaliação a ser adotada pelo Brasil.
Na semana passada, o Gecex chegou a se reunir para deliberar sobre a retaliação, entre outros temas. Contudo, a aplicação da lei aos EUA acabou não sendo votada. Uma nova reunião da Camex pode acontecer ainda esta semana.
Montagem mostra Trump e Lula
Eduardo Munoz/Reuters; Ricardo Stuckert/Divulgação via Reuters
O adiamento da discussão foi influenciado por tratativas de bastidor da diplomacia brasileira para que um diálogo com os americanos pudesse evoluir. Além disso, integrantes do Gecex temem novas sanções dos EUA, caso a reciprocidade fosse adotada pelo Brasil.
O adiamento ganhou ainda mais relevância após as declarações de Donald Trump na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente norte-americano afirmou ter tido uma conversa rápida com Lula e que os dois líderes acordaram em conversar nesta semana.
Diante da possibilidade de um encontro e da construção de uma relação entre os dois presidentes — algo que até semanas atrás era visto como improvável —, a avaliação de diplomatas é de que o Brasil deve dobrar a cautela em qualquer sinalização que possa atrapalhar o diálogo.
A aplicação da reciprocidade, que implica em uma medida de retaliação, é considerada um tema sensível dentro deste novo contexto de aproximação.

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