Filha é presa por suspeita de matar diretora aposentada em Ribeirão Preto, SP
As circunstâncias da morte da diretora aposentada Márcia Cristina Feliciano Costa, de 59 anos, são investigadas por meio de um inquérito aberto pela Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP).
Inicialmente, o caso foi registrado como morte a esclarecer, mas um exame realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), que apontou a presença de um corte no pescoço da vítima, fez com que toda a linha de investigação mudasse.
Segundo o delegado José Carvalho de Araújo Júnior, a filha da diretora, Michelle Cristina Feliciano Costa dos Santos, de 32 anos, confessou o crime. A defesa dela não comentou o caso.
Márcia foi encontrada já sem vida em uma área de lazer no bairro Planalto Verde, zona Oeste da cidade, no dia 11 de setembro.
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Veja a seguir como o caso sofreu uma reviravolta em uma semana de investigação:
Quem era a vítima?
Como ela morreu?
Quem estava na área de lazer junto com a vítima?
Como o caso sofreu uma reviravolta?
Michele Feliciano Costa é suspeita de envolvimento na morte da mãe, Márcia Cristina Feliciano Costa, Ribeirão Preto (SP)
Arquivo pessoal
Quem era a vítima?
A vítima é a diretora aposentada Márcia Cristina Feliciano Costa, de 59 anos. Ela era casada e tinha uma neta.
O marido de Márcia esteve no local do crime após ser comunicado da morte dela. Ele disse à polícia ter ouvido comentários de vizinhos de que uma voz feminina gritava “sai, Gustavo” ou “para, Gustavo”, mas afirmou não conhecer ninguém com este nome.
O delegado disse na quinta-feira que esta pessoa de nome Gustavo ainda não havia aparecido nas investigações.
Como ela morreu?
A aposentada foi encontrada, já sem vida, caída no banheiro da área de lazer. Ela estava ao lado de um box quebrado. O local tinha estilhaços espalhados e presença de sangue.
Um exame do Instituto Médico Legal (IML) apontou um corte no pescoço de Márcia. A polícia passou a investigar a hipótese de que o ferimento pudesse ter sido causado por uma faca.
Sobre o corpo de Márcia havia uma barra metálica, possivelmente de parte da estrutura do box.
O delegado informou que a hipótese de que a vítima tinha sido morta com cacos de vidro chegou a ser levantada, mas descartada pelo médico responsável pela autópsia.
“A nossa dúvida era justamente isso, o fato do box estar quebrado. Poderia ser um corte de vidro, mas segundo o médico nos disse, não é vidro. É bem parecido com faca”.
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Quem estava na área de lazer junto com a vítima?
Em depoimento à polícia na tarde de quinta-feira, Michelle confirmou que estavam só ela e a mãe no imóvel, que serve de aluguel para festas. A autônoma disse que as duas faziam a limpeza do local.
No boletim de ocorrência registrado no dia do crime, Michelle disse que, após encher bexigas para a decoração, estranhou a ausência da mãe e foi procurá-la. Ela afirmou à polícia que estava no quarto, em um cômodo diferente de onde Márcia estava.
Área de lazer, na zona Norte de Ribeirão Preto (SP), onde o corpo da diretora aposentada Márcia Feliciano foi encontrado
Reprodução/EPTV
Ao abrir a porta do banheiro, encontrou a mãe caída no chão, com o box destruído e a barra de ferro sobre o corpo.
“Ela não nos disse se houve algum barulho, isso não. Disse que estava em um quarto afastado do banheiro onde a mãe se encontrava e ela não ouviu barulho nenhum, inicialmente”, informou o delegado.
Michelle também apresentava ferimentos e disse à polícia que se machucou quando tentou levantar a mãe. Ela passou por exames no IML.
“Para nós, parece outra coisa. Parece que houve alguma coisa mais violenta. Os laudos são extremamente importantes. Laudo é uma prova técnica fundamental para o inquérito policial”, disse Araújo Júnior.
Na última quinta-feira, Michelle foi apontada pelo delegado como a principal suspeita do crime.
“Ela seria a pessoa que nós estamos investigando inicialmente, porque, até então, só aparece ela. A investigação também vai procurar se houve outra pessoa, se alguém participou disso, se é que aconteceu assim. Nós vamos investigar direito para saber o quanto antes o que aconteceu”.
Segundo a polícia, imagens de câmeras de segurança de imóveis próximos ao local, na Rua Waldemar da Costa Teixeira, apontaram apenas mãe e filha na área de lazer.
Os celulares de Michelle e do marido dela, que foi acionado pela suspeita logo após a morte da sogra, foram apreendidos pela polícia.
Michele Cristina Feliciano é apontada como suspeita da morte da mãe, Márcia Cristina Feliciano Costa, em Ribeirão Preto (SP)
Samuel Santos/CBN Ribeirão
Como o caso sofreu uma reviravolta?
Diante do novo depoimento prestado por Michelle na última quinta-feira, a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão dela.
O mandado foi cumprido na sexta-feira (19) e a suspeita foi presa em casa, no bairro Monte Alegre. De acordo com Araújo Júnior, Michelle confessou o homicídio.
“Sim, ela confessou e disse que as duas lavavam a área de lazer. Mas, em determinado momento, a mãe tocou em um assunto que ela não gostou. Elas começaram a discutir, houve luta, ela empurrou a mãe, que caiu no box. Ela [Michelle] pegou a faca de cozinha usada para a decoração da festa e acabou cortando o pescoço da mãe.”
Na chegada à Central de Polícia Judiciária (CPJ) nesta sexta-feira, Michelle não quis dar entrevistas. O advogado dela não comentou o assunto.
Ainda de acordo com o delegado, Michelle contou que fez uma videochamada com o marido e que ele a orientou a pedir ajuda aos vizinhos depois que ela relatou ter achado a mãe. .
Araújo Júnior disse que a autônoma demonstrou frieza ao confessar o crime. Testemunhas informaram que ela agiu da mesma forma ao simular o pedido de ajuda aos vizinhos no dia em que matou a mãe.
“Esse comportamento aconteceu ontem durante a confissão no depoimento. Ela não demonstra nenhum sentimento. Mesmo tocando no nome da mãe, não mostrou nenhuma reação ao relacionamento das duas”, disse.
Michelle Cristina Feliciano Costa dos Santos, de 32 anos, foi presa pela morte da mãe em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
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